COLÓQUIO INTERNACIONAL DO IILP PRETENDE AFIRMAR A LÍNGUA PORTUGUESA NAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

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Começou ontem ( 03-07), o Colóquio Internacional “A Língua Portuguesa nas Organizações Internacionais”. A abertura do evento foi presidida pelo Secretário de Estado de Angola, Rui Mangueira, que afirmou que a presença internacional do português através de uma participação mais ativa dos países da CPLP em várias instâncias internacionais tem contribuído para a crescente afirmação […]

Começou ontem ( 03-07), o Colóquio Internacional “A Língua Portuguesa nas Organizações Internacionais”.

A abertura do evento foi presidida pelo Secretário de Estado de Angola, Rui Mangueira, que afirmou que a presença internacional do português através de uma participação mais ativa dos países da CPLP em várias instâncias internacionais tem contribuído para a crescente afirmação e expansão da língua no plano mundial.

A mesa moderada pela Presidente do Conselho Científico do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), Doutora Amália Lopes, abriu o Colóquio com a Conferência “O contexto político-línguistico das organizações internacionais e a língua portuguesa” proferida pelo Diretor Executivo do IILP, Dr. Gilvan Müller de Oliveira, que trouxe em sua contribuição a informação que o português é língua oficial em cinco dos 17 blocos regionais do mundo, como o Mercosul, a SADC, a CEEAC, a UE e a a CEDEAO. Por este motivo, disse que “o colóquio estabelece uma agenda construtiva para que se possa avançar nesta área”.

A conferência magistral feita pelo sociólogo Doutor Elias de Oliveira, “As línguas na ONU: histórico, legislação, práticas e perspectivas”, discutiu aspectos das duas grandes áreas da política da língua das Nações Unidas: a comunicação interna e externa . Também disse que o atual regime de línguas dentro das Nações Unidas é essencialmente uma questão política e que o debate em torno de uma possível inclusão de outras línguas, além das seis oficiais, é recorrente. O português, como quinta língua mais falada do mundo, tem sido uma das línguas sistematicamente indicadas para serem incluídas na lista.

Na continuação do debate, a mesa “O Português nas Organizações Econômicas Regionais: SADC,MERCOSUL E CEEAC” , moderada pelo Embaixador Nelson Cosme, trouxe o Professor Doutor Armando Lopes que, em sua palestra intitulada “Criando a Região Inteligente: O Caso do Português na Comunidade do Desenvolvimento da África Austral (SADC), disse que “as línguas bantu constituem a língua materna para a maior parte dos falantes dos países na região da SADC, muito embora a língua hegemônica, nos casos angolano e moçambicano, continue a ser a língua portuguesa. O necessário equilíbrio entre essas duas realidades e uma planificação linguística apropriada permitirá certamente uma correta difusão da língua portuguesa no espaço da SADC, contribuindo de forma original para uma Organização regional que vai se construindo pacífica, próspera e inteligentemente.”

Já a Professora Doutora Eliana Sturza contextualizou a situação do Mercado Comum do Sul – MERCOSUL, apresentando sua história, estrutura, a promoção e difusão do português em territórios fronteiriços por processo de ocupação social e econômica. Falou ainda da obrigatoriedade da implementação da língua portuguesa nas escolas secundárias argentinas e, para além disso, também nas escolas primárias das províncias argentinas que fazem fronteira com Brasil. O Projeto das Escolas Interculturais Bilíngues de Fronteira é um desdobramento desta política de integração regional. Por fim sugeriu a criação de um fórum de debates pelos blocos econômicos, no quadro da lusofonia.

Encerrando a mesa, o Professor Doutor Manuel Neto, do Instituto Superior Politécnico de São Tomé, abordou ” A utilização da língua portuguesa na Comunidade Econômica dos Estados da África Central – CEEAC”. O Professor Neto informou que a CEEAC é composta maioritariamente por países francófonos e, deste modo, a língua francesa tem uma posição mais privilegiada, assumindo o estatuto de língua de trabalho desta Instituição. Angola, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe , por serem membros da Organização, poderão ter influência dentro deste organismo sub-regional africano, recebendo o apoio científico do IILP para implementação de ações que elevem a língua portuguesa nos países que fazem parte da CEEAC.

Na ultima mesa do dia, moderada pela Embaixadora Margarida Isata, o Doutor Carlos Nogueira fez uma apresentação não só da estrutura da União Européia, tendo por enfoque o setor de tradução, mas também da complexidade do trabalho de tradutores ao nível da referida Instituição.

Por fim , a Doutora Vera Mixtro, da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste, apresentou a estrutura da Associação de Nações do Sudeste Asiático – ASEAN, informando que será fundamental no contexto da inserção da língua portuguesa nesta Associação a entrada do Timor -Leste como país membro.

Estiveram igualmente presentes na abertura do Colóquio a Ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, Luís Kandjimbo, Representante do secretário executivo da CPLP e Diretor da ação cultural da organização, entre outros convidados.

O Colóquio Internacional prossegue até amanhã, quando será formulada e apresentada a Carta de Luanda.

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Colóquio de Luanda: IILP 2012

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