Edição 2020 vai espalhar pelo concelho durante todo o mês de março a lírica dos criadores de língua portuguesa dos quatro cantos do mundo. escritor angolano Ondjaki será homenageado a 21 de março.
Pensar na lusófonia como espaço de futuro, de vibração criativa, de cultura efervescente onde florescem vozes relevantes. Em 2020, a “Poesia Livre” volta a sair para a rua e a invadir o quotidiano dos tirsenses, de 6 a 21 de marco, com uma edição dedicada ao melhor que a língua portuguesa tem para oferecer, além do território nacional, nesse espaço multifacetado a que se dá o nome de lusófonia.
Durante a apresentação do programa, José Queijo Barbosa, diretor do agrupamento de escolas de Sao Martinho, deu a cara pela comissão de acompanhamento, grupo de pessoas que sugere a temática a desenvolver na Poesia Livre, considerando a iniciativa “única”, uma das principais a nível cultural do concelho.
“Estamos numa altura muito interessante”, começou por dizer. ‘Tem-se debatido muito o relacionamento com os PALOP, questões de etnias e dificuldades que temos ouvido nas notícias, e nós com a nossa tradição, com o nosso humanismo, com o respeito que temos por esse património cultural que é a língua, falada nos mais diversos dialetos, pareceu-nos que seria um excelente tema para este ano”, sublinhou Queijo Barbosa.
Segundo Alberto Costa, presidente da câmara de Santo Tirso, o tema da lusofonia é relevante porque, após vários anos centrados quase exclusivamente na Europa, “o país percebeu que havia um enorme potencial nos países e regiões da lusofonia e que é preciso explorar.”
Para celebrar a vitalidade criativa da literatura lusófona, o nome escolhido para ser o homenageado desta edição foi Ondjaki, escritor, poeta e ensaísta angolano com uma obra que não só atravessa géneros literários diferentes como apela a uma transversalidade etária.
Era importante ir buscar um poeta que transmitisse este espírito da lusofonia. O Ondjaki tem esse caráter”, jus ti Ficou Queijo Barbosa, já que “para além de poeta, é um excelente prosador, um sociólogo que faz análises fantásticas sobre o indivíduo, possuidor de uma poesia muito fresca e com muito conteúdo, é também jovem o que nos permite chegar a outros públicos.”
De acordo com o presidente da câmara “é preciso encontrar formas diferentes de fazer chegar a poesia a tudo e a todos, daí que esta atividade se faça de forma descentralizada. A poesia vai estar na camioneta, na rua, no comboio, nas associações, nos lares, nas juntas de freguesia. Queremos tornar este evento num evento transversal a todos as faixas etárias e também em termos sociais”, uma vez que, justifica, para o município tirsense, “a cultura está no centro da estratégia, é vista não como um custo, mas como um investimento que tem retorno aos mais diversos níveis”.