Esta obra poética, publicada em 2021, conquistou por unanimidade o júri, que lhe reconheceu “um processo criativo apurado, em que se evidencia de modo evidente como a realidade pode funcionar como matéria de criação literária, respeitando valores estéticos, técnicos e éticos”.
“Além disso, a obra denota profunda experiência de vida, utiliza com rigor e simplicidade a justa palavra/metáfora e o ritmo adequado ao conteúdo de cada poema e tem uma visão abrangente do eu e da sua circunstância, com atenção crítica a fenómenos contemporâneos”, acrescentou, em comunicado.
Composto por José Mena Abrantes, David Capelenguela e Amélia Dalomba, o júri analisou, escolheu e fundamentou a obra premiada, com base em três pressupostos: “partir do princípio de que toda e qualquer criação artística assenta num tripé fundamental estético, técnico e ético; reconhecer como válida e actual a afirmação do poeta alemão R.M. Rilke de que os versos não são apenas sentimentos e recordações, mas acima de tudo experiências de vida” e, ainda, concordar com o escritor moçambicano Mia Couto de que “o poeta não gosta de palavras / escreve para se ver livre delas. / A palavra / torna o poeta / pequeno e sem invenção”.
Esta é a quinta edição do Prémio de Literatura Dstangola/ Camões, que distingue livros editados em poesia e prosa, de artistas nascidos em Angola e tem como missão tornar-se uma referência naquele país por distinguir as obras e os autores angolanos mais prestigiados.
O prémio pecuniário será entregue ao vencedor, no valor de 15 mil euros em kwanzas, em Luanda, em local e data a definir.
O Dstgroup é “a única empresa privada portuguesa a promover um prémio literário em Angola”, destacou José Teixeira, presidente do grupo.
Este prémio foi instituído no âmbito de um protocolo assinado em 2019 com o Instituto Camões.
Nas edições anteriores, foram galardoados os escritores Zetho Cunha Gonçalves, em 2019, Pepetela, em 2020, Benjamim M’Bakassy, em 2021, e Boaventura Cardoso, em 2022.
Fonte: Jornal de Angola