O caráter absolutamente pioneiro de Antónia Pusich em vários domínios das artes, do jornalismo, da intervenção cívica e política foi destacado pelos três palestrantes, a Dra. Mariana Faria (CLP), o Doutor Mário Silva (LPC) e a prof. Doutora Maria de Lurdes Caldas (CHAM), que tem dedicado à vida e obra de Antónia Pusich aturada investigação que a exposição inaugurada e, sobretudo, a obra “Antónia Pusich – uma mulher singular” agora lançada espelham. O Primeiro Ministro de Cabo Verde usou também da palavra para salientar a importância que a memória, o estudo e o reconhecimento de figuras que concorreram para a construção da nação cabo-verdiana assumem e merecem do lado do governo.
Na sua conferência, a Prof. Doutora Maria de Lurdes Caldas salientou o caráter multifacetado e inovador do trabalho de Antónia Gertrudes Pusich como notável escritora, poetisa, educadora, jornalista e ativista de questões sociais, num período conturbado e fechado à intervenção as mulheres. Antónia Pusich é, aliás, conhecida por ter sido a primeira mulher em Portugal a fundar e dirigir um jornal e a ousar identificar-se nessas publicações com o seu nome verdadeiro Natural da ilha de São Nicolau, onde nasceu em 1804, a forte relação com o pai, António Pusich, governador de Cabo Verde à época, foi outras das marcas da sua vida, conforme foi elucidando a Prof. Doutora Maria de Lurdes Caldas na visita guiada que conduziu à exposição que estará patente no IILP até 7 de junho.
A homenagem incluiu a recitação de alguns poemas da autora, proferida pelas professoras Mariana Faria e Maria Augusta (Mana Guta) e pelos alunos que integram o Centro de Língua Portuguesa na Cidade da Praia, com música ao vivo.
Esta iniciativa enquadra-se no ciclo de realizações alusivas à efeméride, que já integrou conferências na Universidade de Cabo Verde, na Cidade da Praia, no Mindelo e na ilha do Fogo.