No último dia 23 de Agosto, o Diretor do Museu da Língua Portuguesa – Antonio Carlos de Moraes Sartini – de passagem por Cabo Verde, veio conhecer o trabalho do IILP e ministrar uma palestra sobre a organização que dirige.
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Cartão postal da cidade de São Paulo, o imponente edifício da Estação da Luz, por onde circula um fluxo interminável de pessoas em trens e metros – e que outrora recebia os imigrantes desembarcados no Porto de Santos, abriga há 5 anos o Museu da Língua Portuguesa,inaugurado em 20 de Março de 2006, no Brasil.
Ao público presente ao evento, em sua maioria professores universitários, escritores e jornalistas caboverdianos, Sartini explicou a origem do projeto museológico e sua evolução ao longo de uma ainda curta mas marcante existência. Assim, todos puderam acompanhar, com curiosidade, a descrição minuciosa dos três andares que podem
ser visitados e a maneira moderna como ali é apresentado este patrimônio vivo e imaterial que é a língua portuguesa: “essa talvez seja a primeira vez no mundo em que se pretendeu dar um tratamento museológico à língua, tratando-a como uma obra de
arte”. A partir do mantra que se escuta nos elevadores que dão acesso aos andares – dedicado às palavras “língua” e “ palavra”, reproduzidas em idiomas estrangeiros, percebe-se a intenção do Museu em homenagear todos os povos e contemplar as diferentes culturas dos países que falam o português.
Além de espaços expositivos e temporários, o Museu desenvolve uma série de ações paralelas importantes para a aproximação da instituição com o seu público, oferecendo cursos, palestras e seminários. Esta parte educativa é incrementada com visitas monitoradas de estudantes e professores da rede pública de ensino do Estado
e distribuição de material didático. Mais de 1.600 pessoas por semana utilizam este serviço. Há também visitas para pessoas diferenciadas, como crianças e jovens em situação de risco que participam de projetos sociais, idosos, deficientes físicos etc.
Para Sartini, “é importante que quem visite o museu, aprenda mais sobre a língua portuguesa, interaja com ela e saia de lá com muitas reflexões sobre a diversidade de nosso idioma, através dos diferentes falares, registros culturais, história e uma visão da presença da lusofonia no mundo”. O Diretor enfatizou o sucesso das exposições
temporárias que contemplam escritores de outros continentes e que, através da arte literária celebram e valorizam a língua portuguesa.
O Museu entra agora numa nova fase: a de internacionalização e promoção de um maior intercâmbio entre os países que compõem a CPLP, daí uma aproximação maior com o IILP para, através da experiência internacional do Instituto, poder ampliar os pontos de vista linguísticos e culturais de cada um deles.