Começa o Colóquio de Maputo

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Línguas nativas devem ser valorizadas – Lourenço do Rosário. 12 de Setembro de 2011, 13:17 por PMA.Lusa/Fim Maputo, 12 set (Lusa) — Moçambique está no momento de capitalizar as línguas nativas, depois de ter conseguido que a língua portuguesa garantisse a unidade do país e a sua afirmação no mundo, considerou hoje em Maputo o académico […]

Línguas nativas devem ser valorizadas – Lourenço do Rosário.

12 de Setembro de 2011, 13:17
por PMA.Lusa/Fim
Maputo, 12 set (Lusa) — Moçambique está no momento de capitalizar as línguas nativas, depois de ter conseguido que a língua portuguesa garantisse a unidade do país e a sua afirmação no mundo, considerou hoje em Maputo o académico moçambicano Lourenço do Rosário.

Lourenço do Rosário realçou a importância de valorizar “o património linguístico nacional”, quando falava a jornalistas à margem do colóquio sobre “Diversidade Linguística nos Países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”, que arrancou hoje em Maputo.

O académico, que é igualmente reitor da Universidade A Politécnica, de Moçambique, considerou acertada a atribuição do estatuto de língua oficial ao Português, logo após a independência, em 1975, mas declarou que já é tempo de o país valorizar as línguas nacionais.

“Durante muito tempo, considerou-se que era preciso definir a língua portuguesa como um instrumento de unidade nacional e de afirmação do país no contexto internacional e acho que foi uma decisão acertada”, sublinhou Lourenço do Rosário.

Mas, após diversos estudos demonstrarem as dificuldades que a maioria das crianças moçambicanas tem no ensino formal, por terem de aprender em português e não na sua língua materna, é agora importante “dar um lugar de destaque às línguas nacionais”, acrescentou aquele académico.

“Não é possível, ou pelo menos há enormes dificuldades, aprender em simultâneo uma língua e adquirir conhecimentos nessa mesma língua”, afirmou Lourenço do Rosário, enaltecendo a decisão do Governo moçambicano de introduzir o ensino bilingue nas escolas do país.

Referindo-se ao encontro que hoje começou em Maputo, o reitor da Universidade A Politécnica defendeu a necessidade de se fazer “um rastreio” sobre a situação da diversidade linguística na CPLP.

“Pensa-se que a CPLP nasceu apenas para proteger a língua portuguesa. Este tipo de encontros desmistifica esse pensamento”, sublinhou Lourenço do Rosário.

O colóquio “A Diversidade Linguística nos Países da CPLP” vai reunir até quarta-feira linguistas, investigadores e docentes de língua portuguesa dos oito Estados membros da organização — Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

https://noticias.sapo.mz/lusa/artigo/13042635.html

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