COLÓQUIO DE MAPUTO: SEGUNDO DIA

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No segundo dia (13), do Colóquio “Diversidade Linguística nos Países da CPLP”, realizado pelo IILP, a Conferência Magistral foi realizada pelo Prof. Dr. Gregório Firmino da Universidade Eduardo Mondlane de Moçambique com o tema “Diversidade Linguística e Nação-estado em África: O Caso de Moçambique”.Analisando o tanto os processos de reconhecimento das línguas banto como o processo de nacionalização ou nativização […]

No segundo dia (13), do Colóquio “Diversidade Linguística nos Países da CPLP”, realizado pelo IILP, a Conferência Magistral foi realizada pelo Prof. Dr. Gregório Firmino da Universidade Eduardo Mondlane de Moçambique com o tema “Diversidade Linguística e Nação-estado em África: O Caso de Moçambique”.Analisando o tanto os processos de reconhecimento das línguas banto como o processo de nacionalização ou nativização do português, o Dr. Firmino descreveu a situação do seu país como sendo uma situação de nacionalização sem oficialização das línguas banto e de oficialização sem nacionalização da língua portuguesa.

O debate em torno da mesa As políticas linguísticas dos crioulos do português, contou com a presença da Profa. Dra. Adelaide Tavares Monteiro, Diretora do Gabinete de Línguas do Ministério da Cultura de Cabo Verde e Presidente da Comissão Caboverdiana do IILP, explicou as dificuldades da implantação de uma política de oficialização da Língua Kabuverdiana ou Crioulo de Cabo Verde, mesmo após 36 anos de independência nacional. Historiou a evolução da criação e da oficialização do ALUPEC, o Alfabeto Unificado para a Escrita do Crioulo Caboverdiano. Nesta mesa ainda, foi exibido o documentário “Patuá di Macau únde ta vai? Uma língua crioula em vias de extinção” do realizador James Jacinto, e que nos remete ao espaço da língua portuguesa na Ásia, ainda que a Região Administrativamente Especial de Macau (RAEM), da China, não faça parte oficialmente da CPLP.

A Formação de professores para o contexto bi/plurilíngue, foi debatido pelos Profa. Dra. Ivani Ferreira de Faria, Coordenadora da Licenciatura Indígena Intercultural e Bilíngue do Alto Rio Negro pela Universidade Federal do Amazonas e pelo Dr. Gilvan Müller de Oliveira, em uma  apresentação focada na política linguística e no componente metodológico daquela licenciatura  indígena, onde o Ensino via Pesquisa (EvP) é o caminho para  que os discentes possam desenvolver sua própria base curricular , gerando com isso o respeito a diversidade cultural e linguística dos 23 povos da região mais plurilíngue do Brasil, no Amazonas.

O Prof. Dr. António Chamuhongo, do Instituto Nacional para o Desenvolvimento da Educação de Angola, trouxe à luz como o governo do país trabalha a questão das línguas antes chamadas de ‘nacionais’ e que agora são chamadas de ´línguas angolanas´ justamente para que pudessem ser incorporadas na política linguística oficial tanto as línguas angolanas africanas como as línguas angolanas europeias, fixando uma nova compreensão sobre o assunto. A língua portuguesa, continua, no entanto, como a única língua oficial. Referiu-se ainda à experimentação do ensino plurilíngue no ensino primário e os esforços que estão sendo feitos para que o projeto continue.

A Prof. Dra. Hildizina Dias da Faculdade de Ciências da Linguagem, Comunicação e Artes da Universidade Pedagógica de Moçambique participou da roda de debates trazendo o tema  A formação de professores na diversidade linguística e cultural em Moçambique. Mostrou na sua apresentação como os pedagogos da universidade estão contribuindo para a criação de novos paradigmas educacionais, voltados para uma perspectiva mais holística e menos disciplinar e que efeitos estas novas pedagogias podem ter sobre a política de línguas.


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Colóquio de Maputo: IILP2011

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