Em um só coro que dizia “Português não deve morrer”, pais, alunos e professores estiveram no último dia 07 em frente a embaixada de Portugal, na França, para protestar contra a redução do número de docentes.
Os cortes no ensino da língua aos luso-descendentes chocaram os portugueses que residem em Paris. Em pleno ano letivo, perto de três mil crianças já estão sem as aulas do idioma.
A área diplomática portuguesa também foi atingida. Sete embaixadas e cinco vice-consulados (dois deles na Alemanha, onde também se verificam protestos), terão suas atividades encerradas.
Os cortes no ensino e na rede diplomática e consular devem-se, segundo o Governo, às dificuldades econômicas e financeiras que o país atravessa.
No próximo sábado, dia 17, associações estão mobilizando uma nova manifestação no mesmo local.
Segundo o “Coletivo para a Defesa do Ensino do Português”, formado na França, “o governo português está violando o artigo constitucional 74 no que diz respeito à obrigatoriedade do Estado de garantir o ensino da língua aos filhos dos emigrantes”, declarou Raul Lopes, porta-voz desta associação.
Veja a mobilização ocorrida no dia 7 de dezembro.
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NÃO É POUPAR: É ABDICAR DE UMA RESPONSABILIDADE!!!
Discordo dos cortes no ensino do Português aos filhos dos emigrantes. Além de violar um artigo da Constituição, é sabido que nunca se perde conhecimento dando-o aos outros; o reverso é que pode suceder. Reduzir o investimento no ensino do Português aos filhos dos nossos emigrantes vai ter impacto negativo para Portugal no médio/longo prazo. Há limites para tudo e esta medida deve ser revertida pois se esta é uma escolha/decisão que parece basear-se apenas em critérios de ordem económica, tem fracos alicerces pois o que está em jogo é bem mais do que poupar: é Portugal abdicar da sua responsabilidade de garantir a educação da sua Língua – o Português- às crianças e jovens das Comunidades Portuguesas espalhadas pelo Mundo. E abdicar desta responsabilidade é trilhar um caminho perigoso. Este não é um assunto que possa ser resolvido apenas em termos económicos e no qual seja dada primazia ao argumento da inevitabilidade causada pela crise económica. Há aqui outros valores em jogo bem mais importantes do que o valor do dinheiro: valores que que nunca nos deviam deixar de guiar para sermos um povo livre, soberano e participante neste mundo globalizado. Este mundo será, se não se abdicar do que é importante nas nossas decisões colectivas, um Mundo em que a EDUCAÇÃO é sempre vista como um INVESTIMENTO, pois gera mais CRIATIVIDADE, ENGENHO e SOLIDARIEDADE HUMANA (hoje, 20Dez, é o seu dia!), designações estas que desejo que continuem a ser ouvidas em Português por esse Mundo fora!
Agradecemos sua manifestação!