Seguindo o exemplo dos governos de Brasil, Cabo Verde, Portugal, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor-Leste, o Conselho de Ministros de Moçambique ratificou o Acordo Ortográfico de 1990, anunciou hoje (08/06) o ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi.
A posição do governo de Moçambique relativa à adoção do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa tem em conta a presidência da CPLP, que assumirá a partir de julho, durante a cimeira da comunidade lusófona, que se realizará em Maputo.
Falando aos jornalistas, o chefe da diplomacia moçambicana justificou a demora de adesão de Moçambique ao Acordo Ortográfico com a tentativa de o país “clarificar e ganhar a dimensão total das implicações de natureza não só financeira como também organizativa”.
“Nós falamos a língua portuguesa mas com algumas características muitas próprias. Temos um grande peso das línguas nacionais. Como é que isso interage com este acordo ortográfico? E depois, é a questão da sua ampla divulgação. Está aqui imenso trabalho a fazer entre a ratificação e a plena entrada em vigor”, disse Oldemiro Baloi.
O titular da pasta dos Negócios Estrangeiros de Moçambique lembrou que o país tem agora “um período da chamada derrogação”, que recusou dizer qual, “ou seja, o tempo que Moçambique necessita para ajustar todos os instrumentos necessários para que o acordo seja efetivo”.
No último ano, o ministro moçambicano da Educação, Zeferino Martins, estimou que a implementação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa em Moçambique terá um “custo mínimo” de 80 milhões de euros.
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que visa unificar a escrita do português, foi alcançado em finais de 1990 e deveria ter entrado em vigor em 1994. Num primeiro momento apenas três dos estados membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe – aprovaram quer o Acordo quer os dois protocolos modificativos entretanto estabelecidos entre os países da CPLP.
Fonte: Expresso sapo pt