Terminou esta terça-feira, 18, na Praia, a VIIIª Reunião do Conselho Científico dos coordenadores das comissões nacionais do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP). Uma reunião que serviu para, entre outros assuntos, preparar a II Conferência Internacional sobre o Futuro do Português no Sistema Mundial, a ocorrer em Lisboa nos dias 29 e 30 de Outubro deste ano, e da qual decorrerá mais um Plano de Acção para a política linguística comum da CPLP.
A este diário online, a Presidente do Conselho Científico do IILP, Amália Melo Lopes, explica que nesta oitava reunião os coordenadores das comissões nacionais do instituto aprovaram o relatório de contas e de actividades do ano de 2012, elaboraram o plano de actividades para 2013 e também o orçamento para ano 2014.
Além disso, explica Melo Lopes, que se fez um balanço das actividades em curso, nomeadamente a organização do Vocabulário Ortográfico Comum – (VOC) e também o desenvolvimento do portal do professor que vai disponibilizar unidades de ensino na Internet para o ensino de português como língua estrangeira.
O mesmo Portal poderá ser acedido por qualquer falante que será apresentado por diferentes países nas diferentes variantes do português. Foi também apresentado a RIILP, a revista electrónica do IILP que já vai na sua segunda edição. Aliás, decidiu-se por criar um conselho editorial que vai prever a política editorial dessa revista.
Lisboa acolhe IIª Conferência sobre o Português no Sistema Mundial
Este colóquio serviu também como actividade preparatória para a segunda Conferência sobre o Português no Sistema Mundial que será realizado em Lisboa, nos finais de Outubro deste ano. Evento este que segundo a presidente do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, I.P, Ana Paula Laborinho, será dividido em três segmentos. “Há um que é da sociedade civil, que estamos a organizar directamente, em que juntamos 4 universidades portuguesas visto que, queremos que se trate de uma organização que possa reforçar o seu lado científico”, informa.
No segundo segmento vai ser elaborado o plano de acção de Lisboa, que será um reforço ao plano Acção de Brasília, traçada em 2010. Vai-se fazer ainda a avaliação dos progressos relativamente a este Plano de Acção de Brasília, bem como também, lançar alguns temas essenciais a internacionalização da língua portuguesa.
A terceira parte vai ser um encontro dos ministros do exterior de todos os estados membros da CPLP, para avaliar o plano da Acção de Lisboa, e dizer se está em condições para os estados membros endossarem em conjunto esta política de internacionalização do português.
O Plano de Acção de Brasília foi um momento em que todos os estados membros assumiram a necessidade de em conjunto internacionalizar a Língua Portuguesa. “Este plano tem vários aspectos, um deles passa pela elaboração do Vocabulário Ortográfico Comum (VOC), questão que vai ser também retomada em Lisboa e que dará conta da evolução do ponto da situação do vocabulário ortográfico comum”, explica Laborinho.
Então em Lisboa, continua, que se vai fazer um ponto de situação sobre a evolução dos aspectos centrais do plano de acção de Brasília. E, o mais importante, designar a língua portuguesa como língua global, internacionalização, ciência e inovação.
“Vamos ter como tópico a questão do português como língua de ciência e do português ligado a inovação porque nenhuma grande língua poderá firmar sem se transformar numa língua do conhecimento e ciência”, diz Ana Paula Laborinho, completando que espera também, que os países colaboram e consigam pelo menos desenhar objectivos conjuntos para que o português se afirme internacionalmente com uma língua da ciência.
Vocabulário Ortográfico Comum (VOC)
O Vocabulário Ortográfico Comum da língua portuguesa, de acordo com Gilvan Müller, presidente do IILP, será assim que lançada a maior base de dados lexicográficos electrónica do português constituído por oito vocabulários nacionais, num total de 300 mil palavras. O VOC será feito numa metodologia participativa de todos os países com a sua equipa de lexicógrafos. É uma base negociada de cada país onde cada um entra com o seu vocabulário mas, com uma metodologia comum.
“O VOC é um dos projectos importantes atribuídos ao IILP, pelo plano de acção de Brasília e que estamos a avançar a bom ritmo de modo a que prevemos chegar na cimeira de Díli em 2014, quando Timor- Leste assume a presidência da CPLP, com pelo menos quatro vocabulários ortográficos nacionais integrados a base comum”, explica Gilvan Müller.
Notícia extraída do Jornal A Semana – LS/GSF