O sistema de bibliotecas da Unicamp (SBU – Sistema de Bibliotecas da Unicamp) consiste na biblioteca central e 26 outras bibliotecas localizadas em quatro campi em três cidades. As coleções de livros existentes nas bibliotecas superam 1,1 milhão, com mais de 300 mil e-books, 30.000 títulos de periódicos eletrônicos e 100% de todas as teses digitais produzidos na universidade.
A comunidade acadêmica da Unicamp é composta por 30.000 alunos, 2.000 professores e 7.000 funcionários. Sua circulação de material bibliográfico está acima de 1,2 milhões (em 2012), com 1,7 milhões de operações de circulação online, e mais de 600 mil downloads de material científico internacional.
Diminuição do uso de livros impressos em 35%
Não há dúvida de que as novas tecnologias mudaram e ainda estão mudando a maneira como as bibliotecas acadêmicas executam e planejam o futuro. Na Unicamp, esse efeito pode ser visto na diminuição do uso dos livros impressos em 35% nos últimos três anos.
A Unicamp gera 15% da produção científica no Brasil, por isso não é nenhuma surpresa que tenhamos um aumento na procura de informação eletrônica (jornais, banco de dados, e-books), com o número anual de download de documentos agora acima de 600 mil. Motivado por esta mudança no uso de coleções, a biblioteca iniciou uma ação com a Revista Científica Internacional em 2011 para transferir 50% da nossa assinatura anual de 5.000 títulos de formato impresso para a versão eletrônica.
Colocar o usuário em primeiro lugar
Estas transformações impostas pela tecnologia, provavelmente, farão com que a biblioteca mude a sua atividade na comunidade, seguindo três princípios básicos: a preservação da coleção existente, organizar e facilitar o acesso a novas fontes de informação em formato eletrônico / digital e criar novos relacionamentos e ambientes em nossas sedes.
Em 2002, o SBU começou a transformar seus serviços, primeiro na estrutura da biblioteca digital da Unicamp, por digitalização de 100% das teses em 2009 – isso fez Unicamp a única universidade da América Latina a oferecer acesso gratuito a todas as suas teses. A coleção tese digital (agora composta por mais de 39 mil) já foi acessada mais de 30 milhões de vezes, com mais de seis milhões de downloads. Em 2003, o Programa de Acesso à Informação Eletrônica (PAIE) foi criado para sistematizar o acesso a periódicos eletrônicos. Ele não só controla esta nova coleção, mas também oferece apoio à comunidade, orientando o acesso a essas novas fontes de informação.
Biblioteca ‘sem paredes’
A nova instalação da biblioteca está sendo construída para ajudar na preservação de acervos físicos existentes e armazenar as coleções especiais e de livros raros. Um processo de digitalização de cerca de 4000 livros raros também está em andamento para torná-los disponíveis com acesso livre via biblioteca digital da Unicamp. Outras tecnologias em breve serão instaladas para tornar a biblioteca central uma biblioteca modelo, oferecendo mais autonomia para os usuários poderem acessar as coleções eletrônicas.
O repensar das atividades da biblioteca deve priorizar as atividades acadêmicas da nossa comunidade. Isso evitará a sobrecarga e fadiga da informação, tornando as informações fornecidas pela biblioteca certificadas pela qualidade de seu conteúdo. A biblioteca escolar, hoje deve ser uma biblioteca “sem paredes”, que deve ir para onde o usuário está: na sala de aula, no laboratório, em casa e até mesmo no bolso, usando dispositivos móveis.
Luiz Atílio Vicentini é o coordenador do sistema de bibliotecas da Unicamp, Brasil.
Fonte: The Gurdian – International hub – Interview by Claire Shaw
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