Emigrantes portugueses desejam regressar para investir no turismo

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Cerca de metade dos emigrantes portugueses em idade ativa gostaria de regressar ao país para investir no setor do turismo. A conclusão é de um estudo da Universidade de Aveiro (UA) que acrescenta ainda que o setor da hotelaria e outros serviços de alojamento, seguido pela restauração e serviços recreativos e outros serviços de lazer, […]

LisboaCerca de metade dos emigrantes portugueses em idade ativa gostaria de regressar ao país para investir no setor do turismo. A conclusão é de um estudo da Universidade de Aveiro (UA) que acrescenta ainda que o setor da hotelaria e outros serviços de alojamento, seguido pela restauração e serviços recreativos e outros serviços de lazer, lidera as preferências de negócio que os emigrantes querem implementar futuramente nas respetivas regiões natais. O estudo faz parte da tese de doutoramento da investigadora Rossana Santos sobre “O regresso dos emigrantes portugueses e o desenvolvimento do turismo em Portugal”.

Os dados resultaram de um inquérito realizado entre julho e outubro de 2012 junto das comunidades portugueses no estrangeiro e contou com um total de 5157 respostas, sendo que a faixa etária mais representada é a dos 18 aos 39 anos (54,4%).

“Há um segmento de emigrantes portugueses em idade ativa, sobretudo entre os 29 e os 39 anos e com residência em áreas rurais ou carenciadas em Portugal, com maior propensão para regressar, investir e ter um emprego no setor do turismo”, afirma Rossana Santos, autora do estudo realizado no Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial (DEGEI) da UA e que teve como orientador o docente Carlos Costa.

Esses emigrantes saíram do país na sua maioria entre 2005 e 2011, têm um tempo de estadia no país de emigração entre 1 a 4 anos, têm espírito empreendedor, um curso superior, capital suficiente para investir e desejam regressar às raízes rurais.

“São também estes emigrantes que mais referem ter uma residência própria, no local de origem, com potencial valor patrimonial cultural e aceitar vir a alugar quartos a turistas nessa residência”, diz Rossana Santos que não tem dúvidas: “O regresso destes emigrantes e do respetivo investimento no setor do turismo podem contribuir para aumentar e inovar a oferta turística, bem como para aumentar a procura turística em Portugal”.

O facto de poderem regressar com os filhos, a procura de um estilo de vida rural e exercerem uma atividade remunerada por conta própria no setor do turismo estão entre os principais motivos que pesam no desejo de regresso dos emigrantes.

Na tese de doutoramento Rossana Santos defende que a vontade de regresso dos emigrantes portugueses, aliada à existência de um património cultural lusófono na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que pode vir a ser explorado turisticamente, e à relação da proximidade linguística com os fluxos migratórios e o investimento direto no estrangeiro, “permitem igualmente argumentar pelo contributo dos emigrantes que falam a língua portuguesa para o desenvolvimento do turismo nas áreas mais carenciadas da CPLP”. Este será um dos temas que a investigadora vai aprofundar em futuros trabalhos.

Membro da unidade de investigação Governança, Competitividade e Políticas Públicas da UA, Rossana Santos vai editar em livro com mais detalhes da investigação sob o tema “Turismo e Emigração”. A obra vai ser publicada ainda este ano.

Fonte: https://www.averdade.com
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