A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE) aprovou o nome de José Roberto de Almeida Pinto para o cargo de representante permanente do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Para ser confirmada, a indicação ainda tem de passar por votação no Plenário do Senado.
Essa comunidade é formada por oito países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Conforme destaca o parecer do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), José Roberto nasceu em 1953 e iniciou sua carreira diplomática na década de 1970. Também é mestre em literatura pela Universidade de Brasília. Entre os cargos que já exerceu está o de embaixador na Guatemala e em Honduras, o de cônsul-geral em Roma e o de representante alterno junto à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
Durante a sabatina que antecedeu sua aprovação na CRE, a senadora Ana Amélia (PP-RS) questionou José Roberto quanto às dificuldades de implementação do acordo ortográfico da língua portuguesa, devido às resistências que teriam origem, principalmente, em Portugal. Inicialmente, a previsão é que o acordo passasse a vigorar já em 2013, mas a data foi adiada para 2015. Além disso, a senadora observou que, para alguns especialistas brasileiros, o acordo seria ortofônico, e não ortográfico.
O diplomata respondeu que essas questões têm caráter técnico e cabem a especialistas. Por isso, ele não iria se “aventurar nessa seara”. Mas José Roberto disse que, sob os prismas internacional e da política de implementação do acordo, que são a sua área de atuação, “qualquer reflexão sobre o tema deve tratar com muita cautela sugestões mais radicais em relação ao acordo que se baseiem em identificações de imperfeições”.
– E isso porque já considero formidável que um acordo tenha sido assinado por oitos países de língua portuguesa, quando antigamente Brasil e Portugal não conseguiam fazer um acordo como esse – frisou, reiterando que “as eventuais imperfeições” do acordo não se referem à sua área de atuação.
Fonte: Agência Senado