Enquanto um a cada cinco docentes de Angola desiste da carreira no primeiro ano de trabalho, São Tomé e Príncipe é a única nação da África Subsaariana a atingir meta da Unesco até 2015. O mundo tem uma defasagem de 1,6 milhão de professores primários.
Nova York – Para que a meta de educação primária universal seja alcançada até 2015, são necessários no mundo mais de 1,6 milhão de professores. Até 2030, o número saltaria para 5,1 milhões de docentes.
De acordo com relatório do Instituto de Estatísticas da Unesco, divulgado na última quinta (3), os países africanos e os árabes são os mais atingidos pela falta de professores.
A Unesco destaca que 58% dos países não têm professores suficientes nas salas de aula. A pior situação está na África Subsaariana, onde um terço dos países sofrem do problema e onde são necessários 2,1 milhões de docentes até 2030.
Um dos maiores exemplos é Angola, com a desistência pela profissão de um em cada cinco professores já no primeiro ano de trabalho.
O professor Carlos Pimentel, que atua na área há 10 anos, contou à Rádio ONU sobre as condições de trabalho.”Eu diria que o problema de material exista sim, de material didático. Quer para o próprio professor e quer também para os próprios alunos”, avalia Pimentel. “As condições salariais melhoraram bastante, comparado há alguns anos. Quem está a começar (a carreira), em média deve ganhar uns 60 mil kwanzas por mês (equivalentes a US$ 614)”.
Outro país lusófono citado pela Unesco foi Moçambique, que tem uma média de 55 alunos para cada professor. O país deve ter número suficientes de professores somente em 2016, tal como a Guiné-Bissau.
São Tomé e Príncipe, por sua vez, ganha destaque da Unesco por ser o único país da África Subsaariana que irá ter professores suficientes no ensino secundário até 2015. Por outro lado, Chade, Gana e Zâmbia vão sofrer com a falta de docentes para além de 2030.
Fonte: Da Redação, com Rádio ONU