EUA: PROGRAMA DE ENSINO DE PORTUGUÊS DO BRASIL A ESTUDANTES DE MASSACHUSETTS.

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Na esteira do CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA A ELABORAÇÃO DE MATERIAIS: ENSINO DE PORTUGUÊS LÍNGUA DE HERANÇA / PORTUGUÊS PARA CRIANÇAS, que vai acontecer de 19 a 23 maio de 2014, no Palácio Penafiel, sede da CPLP em Lisboa,  apresentamos uma reportagem, publicada no Ventos da Lusofonia, feita pelo jornal digital Cape Cod Online, do Estado de Massachusetts, […]

Na esteira do CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA A ELABORAÇÃO DE MATERIAIS: ENSINO DE PORTUGUÊS LÍNGUA DE HERANÇA / PORTUGUÊS PARA CRIANÇAS, que vai acontecer de 19 a 23 maio de 2014, no Palácio Penafiel, sede da CPLP em Lisboa,  apresentamos uma reportagem, publicada no Ventos da Lusofonia, feita pelo jornal digital Cape Cod Online, do Estado de Massachusetts, que traz referência a um programa da Fundação Movimento Educacionista dos EUA, voltado ao ensino no sistema escolar de Língua e cultura para a comunidade brasileira, mas “aberto a qualquer jovem que queira aprender ou praticar o ‘português do Brasil’”.

A professora Alessandra Lima ajuda o estudante Nicholas Almeida em aula de português do Sturgis Charter Public School, no Cabo Cod.

A professora Alessandra Lima ajuda o estudante Nicholas Almeida em aula de português do Sturgis Charter Public School, no Cabo Cod.

Hyannis — Em um sábado recente, um dos dias mais ensolarados de um inverno longo e escuro, no Cabo Cod, alguns estudantes locais estavam lá dentro, aprendendo sobre a língua com a qual cresceram falando.

“Eu falo português porque meu pai não fala nada de inglês”, disse Bernardo Costa, de 8 anos de idade, um dos cerca de uma dúzia de estudantes que responderam animadamente a perguntas em uma sala de aula na Sturgis Charter Public School [uma escola pública autónoma] na Main Street [da cidade de Hyannis].

Bernardo Costa está entre os cerca de 120 estudantes com idades de 4 a 15 anos que estão a gastar uma hora por semana em Sturgis para aprender a manter e melhorar sua Língua Portuguesa, através da Fundação Movimento Educacionista dos EUA, que executa um programa internacional pós-escola de cultura e Língua do “português do Brasil”.

Assim como Bernardo Costa, todos os estudantes que participam do programa no Cabo Cod são de ascendência brasileira, embora o programa esteja aberto a qualquer jovem que queira aprender ou praticar o “português do Brasil”, segundo os organizadores. Os alunos tornam-se igualmente fluentes em inglês e em português.

O programa destina-se a estimular a manutenção para os jovens no Brasil do “português do Brasil” como Língua de Herança, o que é diferente de aprender uma Língua estrangeira, disse Arlete Falkowski, a diretora-executiva da fundação.

Arlete Falkowski, que veio do Brasil para os Estados Unidos em 2001, disse que desenvolveu o programa a partir de aulas particulares que ela dava em português e de oficinas na Universidade de Harvard com a ajuda dos diretores dos departamentos de Português em Harvard e na Universidade de Boston. O programa foi implementado a pedidos da comunidade onde ela morava em Worcester [cidade da região central do Estado de Massachusetts], disse Falkowski.

O currículo está com enfoque sobre a Língua, mas também inclui um componente social, que se desenrola através das vidas de personagens que as professoras usam em suas lições, disse Arlete Falkowski.

Os personagens fictícios representam a diversidade que os estudantes encontrarão no mundo, incluindo diferentes nacionalidades, uma menina com necessidades especiais e outra menina com uma paixão por reciclagem.

“O importante é que, ao se aprender uma outra língua, não se pode separá-la da cultura”, disse Falkowski.

Desde que ela iniciou o programa em 2009, Arlete Falkowski trouxe-o para 25 locais, inclusive Londres, Viena e cinco Estados [dentre os 50 dos Estados Unidos da América].

“O programa está aberto a todas as nacionalidades”, disse ela.

–– Aulas de português são “um serviço à comunidade” ––

Brasão do Estado de Massachusetts (EUA)

A escola Sturgis forneceu a localização de Hyannis para as aulas, realizadas todos os sábados e segundas-feiras durante o ano letivo, sem nenhum custo, o que é uma das chaves para o sucesso do programa, disse Falkowski.

Embora 150 alunos tenham participado das aulas no início do ano letivo, esse número caiu com a chegada do inverno, e o dinheiro ficou mais limitado para as famílias locais, disse Danielli Passos, coordenadora de aulas em Hyannis.

Os pais são convidados a fazerem uma doação de 60 dólares por mês, embora cada membro da família que se voluntaria para ajudar nas aulas possa substituir o pagamento para uma das crianças.

As professoras recebem 50 dólares por aula e o objetivo é uma proporção de seis alunos por professora, com assistentes voluntários adicionados em qualquer proporção, indo até o máximo de 12 alunos por turma, disse Danielli Passos.

O programa está à procura de mais voluntários e de patrocinadores para ajudar nos custeios, e mais ainda para os pais que estão em dificuldades para obter o dinheiro, disse ela.

Todos os professores e voluntários passam por uma verificação de antecedentes criminais e são treinados em RCP [reanimação cardiopulmonar], primeiros socorros e prevenção de assédio sexual, de acordo com Danielli Passos e com o diretor-executivo da escola Sturgis, Eric Hieser.

Hieser, que viveu no Brasil por quatro anos e trabalhou na America School de São Paulo, disse que a escola Sturgis fez a escolha de oferecer suas salas de aula como um serviço para a comunidade.

Além disso, os alunos do programa podem decidir se gostariam de se inscrever na escola Sturgis, disse Hieser.

“Nossos alunos crescem se estiverem expostos a mais diversidade”, disse ele sobre a vantagem de sediar o programa.

A escola pública autônoma Sturgis Center, localizada na cidade de Hyannis, em Massachusetts, oferece aulas de português a 120 estudantes, de 4 a 15 anos. 

–– Competências linguísticas para um futuro promissor ––
Danielli Passos disse que as aulas são uma oportunidade para ensinar os alunos sobre cinco temas, ou “raízes do Brasil”, que são importantes para suas vidas: Língua Portuguesa, reciclagem, atividades físicas, nutrição e redução do estresse.

“Achamos que se trouxermos as crianças para cá, elas podem ter um estilo de vida saudável”, disse ela.

Essa conexão faz com que a frequência ganhe ainda mais importância, disse Danielli Passos.

“Não posso obrigar”, disse ela quanto aos estudantes que não são capazes de frequentar as aulas por causa dos custos.

Para os alunos, a conexão entre manter as suas competências linguísticas e um futuro promissor é óbvio.

“Quando eu tiver um emprego, ele vai me dar mais benefícios se eu for bilingue”, disse Eduarda Zanoni, 12, de Marstons Mills.

Eduarda Zanoni, que frequenta a Escola Secundária de Barnstable, disse que dominou a língua inglesa rapidamente depois de se mudar para os EUA em 2007, mas todos os seus outros familiares ainda falam português.

Gustavo Smith, 15, da cidade de Centerville, disse que manter o seu português irá ajudá-lo a entrar em melhores faculdades e a melhorar as suas oportunidades de emprego.

Além de hospedar o programa de aulas livres de Língua Portuguesa, a escola Sturgis oferece a Língua Portuguesa como opção de Bacharelado Internacional para seus alunos, disse Heiser.

“Se você estudar, você vai no final aprender coisas que não aprenderia falando no dia a dia”, disse Ewerton Decastro, 33, de Hyannis Port, um membro do conselho de administração da escola Sturgis e um intérprete no Hospital do Cabo Cod, que veio do Brasil para os EUA em 1998.

Ter uma formação acadêmica em uma Língua também será uma vantagem na busca por um emprego, disse ele.

A iniciante secundarista [ou junior] do Sturgis, Andreza Andrade, 18 anos, de Bourne, disse que decidiu tomar o português como sua Língua principal para os seus anos de Ensino Médio [dividido em junior esenior high school] pensando no futuro.

“Eu pensei que seria uma boa hora para voltar com ela, para tomá-la como uma Língua com a qual eu possa trabalhar mais tarde na vida”, disse Andreza Andrade.

Andreza Andrade veio para os EUA quando tinha 8 anos e, com planos para fazer medicina, disse que está lendo um livro em português.

Estudar a Língua permite-lhe explorar melhor e entender todo o simbolismo da literatura em português, disse ela.

“É quase um desafio para mim mesma voltar com a Língua e aprender coisas novas”, disse ela.  :::

• Para mais informações sobre a Fundação Movimento Educacionista dos EUA, acesse o sítio:
<https://www.educationistfoundation.org>

(Tradução de Ronaldo Santos Soares.)

.Fonte: jornal digital Cape Cod Online
Hyannis, Massachusetts, Estados Unidos da América.
Publicado em: 15 mar. 2014.

 

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