Em declaração à lusa, José Ramos Horta, anunciou que vai deixar o cargo de representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau no final de junho e defendeu que quem ocupar o lugar deve falar “português ou crioulo”.”Seria vantajoso [que falasse] ou português ou crioulo”, referiu, questionado pela Lusa à margem de uma cerimônia pública em Bissau.
De acordo com José Ramos-Horta “há muitos e bons” candidatos, mas recomenda que a escolha recaia sobre alguém “com muito conhecimento da Guiné-Bissau”.
O ex-presidente timorense compara a situação àquela que viveu no seu país quando defendeu a escolha do brasileiro Sérgio Vieira de Melo para administrador das Nações Unidas para Timor-Leste.
Na ocasião, recomendou “não apenas um grande técnico e burocrata da ONU, mas alguém com coração, com sentimentos e com solidariedade para com um povo que sofreu muito”, referiu. O novo representante das Nações Unidas no território vai precisar de “entender o povo” e “saber trabalhar com o governo” numa fase crítica de reconstrução do país praticamente a partir do zero.
Para Ramos-Horta, “a CPLP tem um papel importante a desempenhar na estabilização da Guiné-Bissau, mas sempre em parceria com quem de direito, CEDEAO [Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental], União Africana e União Europeia”.
Ex-Presidente de Timor-Leste e Prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta foi nomeado a 01 de janeiro de 2013 pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, seu representante para a Guiné-Bissau, onde chegou a 13 de fevereiro do último ano.
Fonte: Notícias ao Minuto