O linguista timorense Benjamim Corte Real afirmou em recente entrevista à agência Lusa que a presidência de Timor-Leste da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai impulsionar o interesse pela aprendizagem da língua portuguesa no país.
“Penso que é preciso dar uma nova dinâmica a todo o sistema e a presidência da CPLP durante os dois próximos anos vai servir de propulsor para todos os componentes da sociedade e as diversas instâncias do Estado fazerem da língua portuguesa uma língua do dia-a-dia, uma língua não só falada, mas também dominada na escrita e sobretudo nas escolas, torná-la um instrumento de trabalho eficaz para não mais se invocar a ideia de que uma língua estrangeira está a ser forçada às nossas crianças”, afirmou.

Para o diretor do Instituto Nacional de Linguística, a língua portuguesa “tem de ser tida com uma língua própria dos timorenses e que as crianças devem aprender com toda a naturalidade”. Questionado pela Lusa sobre como classifica a atual situação da língua portuguesa em Timor-Leste, o antigo reitor da Universidade Nacional de Timor-Leste afirmou que o país “poderia ter andado mais rápido se tivesse escolhido as políticas adequadas”.
“Não o fez porque no momento em que o país se começou a organizar outras prioridades ganharam a atenção dos governantes e a parte da reintrodução da língua portuguesa ficou um bocado marginal e à mercê de escolhas individuais das escolas e dos diretores das escolas”, salientou.
Para Benjamim Corte Real, a política não foi implementada de forma nacional e uniformizada, mas hoje as pessoas “começaram a ganhar consciência”.
“Hoje em dia parece que temos um sistema bem montado e falta acioná-lo. O facto de o Estado vir assumir a presidência e de ter estabelecido uma comissão que começou a disseminar o que é a CPLP na sociedade, sobretudo nos meios académicos, tudo isso acabou por ser um argumento mais forte, mais alto do que propriamente uma lei, uma legislação a obrigar as pessoas a falar a sua língua oficial”, explicou.
Segundo o professor, a ideia de que Timor-Leste é “parte de uma comunidade, assente numa plataforma de história comum, laços de amizade e de solidariedade nos momentos mais difíceis” convence mais as pessoas a aprenderem a língua.
Por outro lado, Benjamim Corte Real salientou que as pessoas também já assumem com “certa naturalidade que o Estado está a fazer andar aquilo que é de facto constante dos desideratos mais consagrados na Constituição e na vida da Nação, não é nada vindo de fora como antigamente se ouvia dizer pelos corredores de muitas estruturas em Díli que a liderança política estava a tomar medidas contraditórias com a realidade do país”.
“Hoje em dia a situação começou a inverter-se. As pessoas assumem por si, com lógica, quando vivem o seu processo de luta pela libertação, vivem o sofrimento do povo quando vivem a projeção que os líderes políticos estão a dar o país ai entendem que afinal devem começar a aprender a língua”, disse.
“Os mais adultos, mais velhos talvez vão com pouca vontade, mas não vejo essa atitude, quando se trata da educação dos filhos. Um taxista preocupa-se muito em colocar o filho ou a filha numa escola que garanta a aprendizagem nas línguas oficiais, incluindo a língua portuguesa”, concluiu.
Timor-Leste tem consagrado na Constituição como línguas oficiais o português e o tétum.
Segundo o Ministério da Educação, no país apenas falam português cerca de 25 por cento da população, ou seja, os mais velhos e alguma elite económica, política e social.
Os censos de 2010 revelam que, dos cerca de um milhão de timorenses, apenas 56,1 por cento fala, escreve e lê em tétum.
O bahasa é falado por 45,3% da população. Só depois aparece o português, com 25,2%, e o inglês, com 14,6%.
Timor-Leste vai assumir a presidência da CPLP durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo de Díli, que se vai realizar a 23 de julho.
Fonte: MSE // VM – Agência LUSA
A língua portuguêsa é a terceira língua mais falada no mundo. Porquê os jovens não têm vontade para aprender a referida língua e qual é o impacto direto que eles possam sofrer? É uma questão que carece de intervenção por todos os componentes do país, isto é, o Governo, as entidades públicas e privadas, as instituições da família e os próprios jovens.
Segundo a meu ver, é obvio que a vontade para aprender algo é uma dependência de cada indivíduo, já que ninguém tem vontade sobre qualquer algo se não estar habituado sobre o mesmo porém, os outros podem criar condições a fim de atrair a vontade daquele para se habituar.
Pelo que, no âmbito timorense todos os compotentes do país devem estar atentos a observar a prática supracitada, visto concretamente que a maior parte dos nossos jovens não tem vontade para aprender a língua portuguêsa, segundo eu, isso foi por motivo de que o contexto em que se residem não favorece para dar-lhes impulsos na aprendigazem dessa língua.
Assim, o Governo deve ampliar mais espaços, ou seja, centros de formação, campo de trabalho cujo requisito principal para a entrada a fluência de língua portuguesa, sendo criar uma claúsula jurídica a dizer que no âmbito de trabalho só se fala português apesar de esta situação viola um preceito constitucuinal.
Igualmente, as entidades públicas e privadas devem contribuir também relativamente a esta política, assim podem criar as mesmas condições nos locais de trabalho das respectivas entidades.
Enquanto as instituições da família, segundo eu, a cada família pode criar regulamentos próprios para impulsionar os filhos a terem vontade de aprender português.
Finalmente, caso os jovens conseguirem ter vontade para aprender a língua, puderem adotar as seguintes maneiras: 1) Ler muito embora seja uma leitura incompreensível 2) ouvir rádio e televisão 3) praticar a conversa pode ser com os colegas ou independentemente, isto é, escolher um qualquer tema e tentar discutir propriamente.
Voces vão saber tal língua embora não forem estudar no fora do país!
Afonso Soares
Jurista do Ministério das Finanças