
Num almoço-conferência com correspondentes da imprensa africana em Portugal, Isaac Murargy disse que a X Conferência de Chefes de Estado e de Governo, em Timor-Leste, que terá como tema “A CPLP e a Globalização”, “vai permitir definir uma CPLP antes e pós-Díli”.
Segundo o secretário executivo da CPLP, além da “mais que provável” adesão da Guiné Equatorial, do regresso da Guiné-Bissau e da assumpção de Timor-Leste à presidência da organização, “a cimeira de Díli definirá que CPLP queremos para os próximos 10/15 anos”.
“A concertação político-diplomática, a cooperação e a promoção e difusão da língua portuguesa, como os três objectivos definidos quando da criação, em 1996, estão consolidados. Agora, urge promovermos a cooperação económica e comercial entre os nossos países e parceiros”, adiantou Isaac Murargy.
“Aspiramos mais para a CPLP, e as vontades existem”, disse, mas lamentou a exiguidade de recursos financeiros, ideia comungada pelo Presidente moçambicano, Armando Guebuza, no discurso que proferiu, quarta-feira, aquando da visita à sede da CPLP, no âmbito da visita oficial a Portugal.
Sobre a Guiné -Equatorial, Isaac Murargy disse-se seguro de com a possível entrada da ex-colónia espanhola na CPLP, “depois da recomendação, nesse sentido, dos chefes da diplomacia do organismo”, após a suspensão pelo país da aplicação da pena de morte, uma das exigências feitas pelos Estados-membros.
“No que nos compete, está tudo encerrado. Agora, a decisão da entrada ou não da Guiné Equatorial depende dos Chefes de Estado e de Governo na Cimeira de Díli”, acrescentou.
Contudo, repete o alerta: “Não é deixando a Guiné Equatorial de fora que vamos resolver o problema daquele país. Precisamos de dar uma oportunidade à Guiné Equatorial”.
“Qual é o país do mundo que não tem problemas de violação dos direitos humanos?”, interrogou Murargy.
Quanto à Guiné-Bissau, que “viveu dois anos de transição devido ao golpe de Estado em 2012”, saudou o facto do país ter regressado à “normalidade constitucional”, embora, disse, “não signifique que a CPLP tivesse apoiado o que se passou”.
“Não permitimos alterações por força militar, mas depois era preciso que a CPLP se posicionasse ao invés de ficarmos apenas por condenações”, rematou.
Fonte: ANGOOP