“… a minha terra
é geometricamente
literalmente
um ponto tão pequeno
que quando
vem no mapa-mundo
é o pingo de tinta
negra
que caiu por acaso
sobre o mapa-mundo..”.(*)
O ex-diretor do IILP, escritor, poeta e homem da cultura Mário Fonseca foi homenageado esta quarta-feira, 12, por ocasião do 75º aniversário do seu nascimento. Trata-se de uma iniciativa da Biblioteca Nacional, em parceria com a Academia Cabo-verdiana de Letras e a Câmara Municipal da Praia.
Para além do descerramento da lápide na rua que passou, desde ontem a ter o seu nome, na Achada Santo António, perto do Cometa, zona onde viveu nos últimos anos, foi realizada uma Conferência sobre a obra do poeta pelo Dr. Corsino Fortes, à qual se juntou a declamação de poesia do homenageado pela Drª Fátima Bettencourt e, por fim um momento musical realizado por colegas e amigos que interpretaram alguns poemas de Mário Fonseca.
O primeiro a exercer a função de Diretor Executivo do IILP (1999-2001), Mário Alberto de Almeida Fonseca, nasceu em Cabo Verde, na cidade da Praia, em 1939. Professor Licenciado em Letras na Universidade de Dakar, escritor, crítico literário e cronista, lecionou francês no Senegal e trabalhou na Mauritânia e na Turquia como administrador durante os anos em que esteve no exílio. Durante a fase da descolonização, no período da ditadura salazarista, foi perseguido político em Portugal como militante anticolonialista. Em Cabo Verde, atuou como Presidente do Instituto Nacional da Cultura e colaborou ativamente em quase todos os jornais e revistas que circularam no arquipélago após a independência, em 1975.
Poeta revolucionário e visionário, foi co-fundador do Suplemento Cultural “Seló” dos estudantes do Liceu Gil Eanes. Entre as suas obras figura o livro de poesias “O Mar e as Rosas” (1964), que foi apreendido em Lisboa pela polícia política do regime fascista (PIDE), corria o ano de 1964, quando do encerramento forçado da Associação Portuguesa de Escritores. Também destacam-se Près de la mer, Mon pays est une musique, La Mer à Tous Les Coups, L’odoriférante Evidence de Soleil Qu’ Est Une Orange e Poissons, que foram traduzidas em diversos idiomas.
Fontes colaborativa: A Semana*Poema extraído em (https://plus.google.com/114785677988348310723/posts/KyGphf9umiM)