O Brasil é o principal motivo para o aumento do número de alunos de português no ensino superior norte-americano, que cresceu 10,1 por cento entre 2009 e 2013 e tornou-se a terceira língua com maior crescimento nos Estados Unidos.
“Acredito que o crescimento da economia no Brasil causou esta mudança. Isso e o fato de o país ter organizado a Copa do Mundo e receber os Jogos Olímpicos ”, disse o diretor do programa de português da Universidade de Columbia, José Antonio Castellanos-Pazos.
Segundo um estudo da Modern Language Association (MLA), existiam em final de 2013, 12.415 alunos a aprender a língua portuguesa, mais do dobro do que existia em 1990 (6.118). Em quatro anos, surgiram mais 17 instituições com aulas de português, existindo agora 238.
No seu gabinete em Columbia, Castellanos-Pazos abre o seu portátil para mostrar como esta mudança se reflete na conceituada universidade nova-iorquina: em 2001, tinham 97 alunos de português, este ano têm mais do dobro, 213.
Há alguns anos, a universidade chegou a ter apenas o professor Castellanos-Pazos em tempo integral. Hoje em dia são três professores. Alguns alunos de mestrado ensinam pequenas unidades, e acabaram de contratar um professor assistente para o próximo ano eletivo.
“Basta dar uma olhadela pelas ofertas de emprego para verificar que há uma grande procura por professores de Português para lecionar a todos os níveis e com experiência em português para negócios”, disse à Lusa o adjunto de Coordenação de Ensino em Nova Iorque, Antonio Oliveira, que não ficou surpreendido com o relatório da MLA.
O documento também não causou surpresa no gabinete do professor Luís Gonçalves, na Universidade de Princeton, em Nova Jersey.
“As matrículas em aulas de português têm aumentado desde os anos 60, com um aumento significativo nos anos 80. Os números dos últimos cinco anos estão em linha com o que já acontece há algumas décadas”, disse Gonçalves à Lusa.
O português encontra várias explicações para este crescimento.
“A estabilidade política e o desenvolvimento econômico do Brasil, a importância de Angola no mercado do petróleo e a sua economia cada vez mais complexa, e investimentos que Portugal tem feito em energias renováveis, por exemplo, criaram uma necessidade significativa de uma força de trabalho que fale português junto de varias indústrias nos Estados Unidos”, explica o professor.
Reblogged this on Programa de Línguas Estrangeiras.