CPLP: Líderes lusófonos devem falar sempre em Português nos fóruns internacionais

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Fotografia © Filipe Amorim / Global Imagens Diplomatas frisaram esta quarta-feira, em Lisboa, que os líderes políticos lusófonos deveriam discursar sempre em Português perante a comunidade internacional. O embaixador do Brasil em Portugal, Mário Vilalva, enfatizou que essa prática constitui uma afirmação de poder da língua perante o mundo – como fazem sempre os dirigentes […]

CPLP: Líderes lusófonos devem falar sempre em Português nos fora internacionais
Fotografia © Filipe Amorim / Global Imagens

Diplomatas frisaram esta quarta-feira, em Lisboa, que os líderes políticos lusófonos deveriam discursar sempre em Português perante a comunidade internacional.

O embaixador do Brasil em Portugal, Mário Vilalva, enfatizou que essa prática constitui uma afirmação de poder da língua perante o mundo – como fazem sempre os dirigentes da Rússia ou da China – e, por isso, deve haver “uma descolonização mental” que coloque a língua portuguesa no patamar de outras como o inglês ou francês.

Mário Vilalva, um dos intervenientes num debate organizado pela conferência “Português: Língua de oportunidades” sobre as relações diplomáticas entre Angola, Brasil, Moçambique e Portugal, recordou um episódio ocorrido há anos com o então presidente brasileiro Lula da Silva numa cimeira do G8: exigiu falar em português.

O embaixador português Francisco Seixas da Costa sugeriu que os países lusófonos deveriam apostar na formação de intérpretes, dando assim instrumentos aos organismos internacionais para facilitar a utilização da língua portuguesa.

Argumentando que deveria falar-se em “literatura lusófona” em vez de apenas portuguesa, brasileira ou angolana, Seixas da Costa lamentou que não exista “uma afirmação externa, global”, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Isso é visível, entre outros exemplos, no facto de não se pronunciar enquanto organização sobre as grandes questões globais, lamentou Seixas da Costa, observando ainda que a polémica em torno do Acordo Ortográfico “não é um elemento positivo para a afirmação interna” da língua enquanto património comum dos membros da CPLP.

Já o antigo presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, recuperou as palavras ditas pelo próprio, em 2004, para dizer que o país não tem feito o necessário pela internacionalização do português: “Não temos feito tudo o que devemos, nem sequer o que podemos, reforçando ainda a certeza de que é indispensável fazer mais, de forma nova, mais exigente, mais consequente e mais virada para o futuro”  insistiu ainda numa vontade que, entende, deve ser uma realidade: “Não devíamos desistir de conseguir incluir o português entre as línguas oficiais das Nações Unidas. Não temos tempo a perder”, frisando tratar-se de um sentido de “urgência”.

Luís José de Almeida, embaixador de Angola junto da CPLP, destacou o português como elemento de unidade e coesão interna de norte a sul do país e instou Portugal e o Brasil a fazerem um maior esforço na difusão da língua.

Lembrando um episódio passado há anos, em que um ministro português discursou em inglês na ONU enquanto os dirigentes dos países africanos lusófonos insistiram em falar na língua de Camões, o diplomata angolano disse que os portugueses emigrados no seu país formam “uma comunidade triste”.

“Quem vai para Angola tem que perceber que é um país independente e que o angolano é orgulhoso”, pelo que os portugueses ali emigrados “têm que se descomplexar”, disse Luís José de Almeida.

Ananias Sigaúque, ministro conselheiro da embaixada de Moçambique, destacou a importância de os países da CPLP desenvolverem laços económicos que permitam aproveitar o mercado global do mercado lusófono de 260 milhões de pessoas.

Fontes: TSF /Diário de Notícis

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