
A partir de julho, o Centro Cultural Brasil Líbano, em Beirute, irá oferecer aulas de português no ambiente corporativo. O centro, que é ligado à embaixada brasileira no país árabe, já oferece classes do idioma em sua sede, atendendo a cerca de 900 alunos por ano. Atualmente, o centro conta com seis professoras de língua portuguesa, sendo cinco brasileiras e uma libanesa que viveu por 12 anos no Brasil.
“A gente tem convênios com empresas que mandam seus funcionários para países lusófonos, como Moçambique, Angola e até o Brasil. E eles mandam seus funcionários para estudar aqui. Em alguns casos, existem dificuldades de locomoção e de tempo para virem aqui. Assim, vi que se houvesse essa oferta [de aulas nas empresas] poderíamos aumentar o número de alunos”, conta Najua Bazzi, diretora do centro.
Segundo ela, estas empresas são, em sua maioria, indústrias de diversas áreas instaladas em países lusófonos, mas com ligações com o Líbano. Há ainda várias pessoas que querem morar no Brasil para estudar Medicina, especialmente na área de cirurgia plástica. “Muitos querem fazer estágio no Brasil com os mestres da cirurgia plástica e eles precisam saber português para validar o diploma e para prestar a prova do Celpe-Bras (exame de proficiência na língua portuguesa)”, explica Bazzi.
Além da demanda de empresas e estudantes, outro fator que impulsionou o lançamento das aulas nas companhias foi a alta procura por aulas individuais. “O aluno tem um aproveitamento maior”, diz Bazzi.

O Centro Cultural Brasil Líbano também está negociando parcerias para expandir o ensino do português para outras cidades além de Beirute. “Queremos oferecer português, pelo menos uma vez por semana, para os alunos da Universidade Saint-Esprit de Kaslik (Usek) e para as pessoas que moram perto da universidade”, revela Bazzi. A parceria está sendo acordada com o brasileiro Roberto Khatlab, diretor do Centro de Estudos e Culturas da América Latina (Cecal) da Usek.
A segunda parceria que está sendo negociada é com a Safadi Foundation, organização sem fins lucrativos criada em 2001 com o objetivo de ajudar no desenvolvimento da sociedade libanesa. A sede da fundação fica na cidade libanesa de Trípoli. “Durante o festival [ibero-americano, realizado em maio], fizemos aulas experimentais com crianças e adultos, e isso gerou interesse [pelo aprendizado do idioma]”, afirma.
“Kaslik e Trípoli são regiões que queremos cobrir. Inicialmente, vamos deslocar uma professora do centro para essas unidades. Se a demanda justificar, contrataremos mais alguém”, completa Bazzi.