As prioridades da estratégia de internacionalização do ensino superior português passam pela atração de alunos internacionais e pelo desenvolvimento do ensino à distância, de acordo com o documento aprovado em reunião realizada ontem(02), pelo Conselho de Ministros.
Além de atrair alunos de outros países para as instituições de ensino superior nacionais — possibilidade aberta com a publicação do Estatuto do Estudante Internacional -, o Governo quer ainda dar prioridade ao “desenvolvimento do ensino a distância”, focando-se sobretudo na “dinamização de cursos abertos ‘online’ em língua portuguesa de preparação para o ingresso no sistema de ensino superior nacional”.
O Governo quer mais alunos e mais oferta para o ensino à distância, referindo que, na Universidade Aberta, que oferece esta modalidade de ensino superior, um terço dos 10 mil alunos são estrangeiros.
A “Estratégia para a Internacionalização do Ensino Superior”, hoje aprovada, determina ainda a “elaboração do Plano de Ação Bienal, a validar pelo membro do Governo responsável pela área do Ensino Superior, bem como a criação do Conselho para a Internacionalização do Ensino Superior (CIESP)”.
“A este Conselho compete, designadamente, apreciar o plano de ação bienal para a internacionalização do ensino superior e emitir parecer sobre o mesmo, emitir recomendações, pronunciar-se sobre as matérias que lhe sejam submetidas no âmbito do Ensino Superior e promover a coordenação entre as diferentes instituições e entidades nele representadas estabelecendo uma rede de pontos focais”, explicou o Ministério da Educação e Ciência (MEC), em comunicado.
O ministério, que sublinhou que um dos objetivos da estratégia é promover a marca “Estudar em Portugal” destacou o potencial do país para atrair alunos estrangeiros pela sua integração em espaços como o da União Europeia ou a Comunidade de Países de Língua de Portuguesa (CPLP).
De acordo com os números divulgados pela tutela, mais de 31 mil alunos estrangeiros escolheram Portugal para estudar em 2013-2014, incluindo os alunos abrangidos pelo programa europeu de intercâmbio universitário Erasmus, e 85 dos estudantes internacionais tinham origem ou na União Europeia, ou na CPLP.
Ainda assim, Portugal está longe de ser um destino prioritário para quem quer estudar fora: de acordo com o MEC, o país acolhe “o equivalente a cerca de 0,6% dos estudantes internacionais em mobilidade no mundo inteiro”.
O documento aprovado prevê ainda a definição de “uma estratégia específica de cooperação com outros países com grandes comunidades luso descendentes (Estados Unidos, Canadá, França, Suíça, Luxemburgo)”.
A mobilidade de docentes e investigadores, e a “definição dos perfis de especialização para a internacionalização das instituições de ensino superior” fazem também parte da agenda.