
Em visita oficial a Portugal de dois dias, o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, faz algumas agendas relacionadas com a promoção da cultura do Brasil, como também das relações entre os países de língua portuguesa.
Durante a segunda-feira, dia 06, o Ministro conheceu as novas instalações do Museu dos Coches, entre outras atividades, incluindo uma reunião com representantes da RTP – Rádio e TV de Portugal, que é a rede pública portuguesa.
Ponto alto da visita incluiu a participação numa coletiva de imprensa do lançamento do FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos, que acontecerá na cidade de Óbidos, Portugal, no período de 15 a 25 de outubro de 2015. O termo “fólio” vem do latim folium, que tem o significado de pergaminho ou papel, resultado da dobradura ao meio de uma folha, as páginas de um livro.
Segundo os organizadores do FOLIO, o evento pretende seguir o exemplo do FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty, com a presença de dois componentes, um literário e o outro festivo, o folio e a folia, sendo que em Óbidos o evento terá a dimensão não do tamanho, mas da excelência da proposta que agrega os países de língua portuguesa. Um evento internacional que trará para Portugal nomes como o angolano Pepetela, os brasileiros Paulo Lins (Cidade de Deus/1977) e Luis Fernando Veríssimo, o moçambicano Mia Couto, entre muitos outros.
O Ministro Juca Ferreira abordou a importância do festival, tanto na relação entre o Brasil e Portugal, como com os demais países lusófonos, que são aqueles cuja língua oficial é a portuguesa. A sua presença no lançamento foi mais a título de prestigiar o evento, que do seu ponto de vista trata-se de uma ousadia de grande importância no desenvolvimento. “A língua é o que nos une”, afirmou o ministro, ao tratar da questão da cooperação entre os povos que pensam e criam no mesmo idioma.
Também falou sobre a possibilidade de um grande encontro no Brasil para o próximo ano, onde se pretende tratar da língua portuguesa e o seu fortalecimento. No âmbito da cooperação, o Brasil pretende realizar algumas ações, como uma aproximação com as bibliotecas portuguesas, para ter a literatura brasileira mais presente em Portugal e outras ações em conjunto com a Secretaria de Estado de Portugal, para fazer com que o território comum da língua portuguesa seja uma estratégia para aproximação muito maior do que já existente.
O ministro não se coibiu de criticar a forma como o atual acordo ortográfico foi executado nos países lusófonos. “Acredito que apesar das diferenças, o português que é falado nos países africanos, em Portugal e no Brasil é a mesma língua. Pensamos mais na normatização como epicentro desse processo de cooperação e de fortalecimento da língua e talvez tenha havido um descuido em relação à construção desse ambiente de cooperação na área da criação”.
Fonte: Cultura b. e Porto Canal