A docente universitária Amélia Mingas considerou , no Lubango, ser necessário que os investigadores ligados a área de ciências sociais se interessem pelo estudo profundo da língua portuguesa falada em Angola e rever as metodologias de ensino, na medida em que a mesma está a sofrer outras influências.
Convidada a dissertar o tema “Reflexões sobre a situação sociolinguística de Angola”, no quadro do seminário nacional sobre situação da língua portuguesa em Angola, Amélia Mingas disse que começou a integrar alguns termos angolanos de acordo com ortografia portuguesa.
A académica referiu que foram integrados na língua portuguesa em Angola alguns termos que têm a ver com aspectos culturais, razão pela qual se deve repensar e estudar este fenómeno que tem estado a crescer.
Segundo a docente, durante o período colonial estas palavras angolanizadas não se utilizavam, por isso é importante rever a língua que se fala no país e validar os aspectos positivos.
Amélia Mingas afirmou que estes termos devem se introduzidos nas gramáticas, pois o angolano tem uma maneira especial de expressar o português.
A linguista destacou que este processo deve ser idealizado a nível de ensino, passando pela integração de alunos no modo de aprendizagem da língua portuguesa, através da língua materna, ou seja, aquela que as crianças aprendem em casa.
O seminário que terminou ontem, abordou reflexões sobre a situação sociolinguística de Angola; origem da língua portuguesa – contexto geral e angolano e a língua portuguesa como principal veículo do processo de ensino-aprendizagem.
Estiveram presentes especialistas das províncias de Luanda, Benguela, Lunda-norte, Bié, Namibe, Huambo e Bengo bem como de Portugal.