III Congresso Internacional de Professores das Línguas Oficiais do MERCOSUL e III Encontro Internacional das Associações de Professores das Línguas Oficiais do MERCOSUL ,Florianópolis – Brasil, 06 a 10 de junho de 2016.
À medida em que avança o século XXI, vão se tornando mais claros os contornos das situações linguísticas e culturais que, em poucas décadas, condicionarão os países da América do Sul e de outras partes do mundo, no cruzamento entre a globalização da economia, a conformação de blocos e organizações internacionais (Mercosul, Unasul, Celac etc.), as migrações internacionais, as alterações no conceito de fronteira, a emergência de identidades antes minorizadas, a internacionalização das línguas, a comunicação em redes de alcance remoto via Internet, as reformas educacionais, entre outras. Todos esses cruzamentos culminam, não sem conflitos, em reformas do próprio conceito de Estado em direção a um Estado Pós-Nacional, de caráter plurinacional.
Nesse contexto multicultural e multilíngue, em que os Estados não se concentram mais em tornar os cidadãos monolíngues na língua oficial do país, como nos séculos XIX e XX, mas lentamente reveem os seus objetivos, cresce o papel das línguas segundas e estrangeiras, do multiletramento, e, consequentemente, do ensino e aprendizado das línguas.
Os professores de línguas e o sistema escolar dos países do MERCOSUL têm procurado discutir e redimensionar a sua atuação, tentando lançar mão de novas metodologias e tecnologias, no seio das muitas contradições colocadas pelo momento histórico que atravessamos. A formação do docente, inicial ou continuada, segue sendo um desafio para as instituições de ensino superior dos países no contexto regional, dada a defasagem dos currículos e a burocratização da gestão das escolas e universidades. O CIPLOM tem tido uma responsabilidade histórica com o português, o espanhol e o guarani, as línguas oficiais do MERCOSUL Político, e com o seu ensino. Nesta terceira edição, pretende dar continuidade a este compromisso, e ainda trazer, de forma decisiva, para a discussão, também os professores e gestores das demais línguas oficiais do MERCOSUL Geográfico, tanto as línguas oficializadas em nível nacional, como as oficializadas em nível regional ou local. Aqui nos referimos muito especialmente às línguas de sinais, às línguas indígenas e às línguas de imigração, de modo a melhor representar o multilinguismo continental e ampliar as discussões e demandas em torno da gestão das línguas e da diversidade linguística.
Para além de uma ampliação da participação dos profissionais dos Estados Membros do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Venezuela e Bolívia (que aguarda as últimas providências para uma adesão plena ao bloco), o III CIPLOM pretende ainda ter uma presença ampliada de profissionais dos países associados ao Mercosul – Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname – e que já são membros da UNASUL – a União das Nações SulAmericanas, diversificando, assim, as temáticas e os circuitos de discussão.
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