
Os países que compõem a região do Cáucaso têm um interesse crescente pelo espaço que representa a língua portuguesa, havendo já cooperação entre a Universidade Lusófona e o Azerbaijão.
Ainda este ano deve começar a funcionar um centro de estudos de multiculturalismo no Azerbaijão, em colaboração com a Universidade Lusófona e com a presença de professores portugueses, recebendo a instituição professores do país caucasiano, explicou à Lusa a professora Teresa Damásio, a partir de Baku.
Teresa Damásio, também diretora das Relações Internacionais da instituição académica, está na capital do Azerbaijão a representar a Lusófona numa conferência internacional sobre multiculturalismo. O Presidente do país, Ilham Aliyev, declarou 2016 como Ano do Multiculturalismo.
Portugal mantém relações com os países do Cáucaso (na fronteira entre a Ásia e a Europa e que engloba também a Geórgia e a Arménia, além de outras Repúblicas e regiões mais a norte que fazem parte da Federação Russa), desde o século XVI, mas a balança comercial é muito desfavorável para o país, disse a professora à Lusa.
Teresa Damásio defendeu a “potencialidade económica” da língua portuguesa na região, devendo-se aproveitar o facto de o Português ser das línguas mais faladas do mundo e de esse universo linguístico ser “um modelo de sucesso”, em termos de multiculturalismo.
A responsável pretende iniciar o intercâmbio, em termos académicos, já no próximo ano letivo, em setembro, até porque, disse, já há uma cooperação com o centro multicultural do Azerbaijão, desde 2013.
“Queremos assumir um modelo de diplomacia educacional, para todos os que se interessam pela língua portuguesa, em termos científicos, económicos e sociais”, disse.
Teresa Damásio fará no sábado uma comunicação na conferência, na qual, disse à Lusa, vai falar dos Estados que compreendem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. “E vou explicar por que somos um bom exemplo de multiculturalismo, e falar do papel cada vez mais relevante das sociedades multiculturais”, afirmou.
O grupo Lusófona é o maior grupo privado do ensino superior em Portugal, e está presente no país mas também em Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, Angola e Brasil.
A instituição destaca, como “pilar central”, a experiência e presença no espaço da Lusofonia e afirma, em comunicado, que “o projeto académico [se] abre às novas fronteiras da Europa e ao diálogo com outras realidades mundiais”, com esta presença em Baku.
“A participação da Universidade Lusófona neste evento evidencia que a língua portuguesa é cada vez mais apetecível, a nível comercial e económico”, diz-se no comunicado.
Fonte: Diário de Notícias