Em Andorra, apenas 240 alunos têm aulas de português da rede de Ensino de Português no Estrangeiro (EPE) num universo de 10.000 imigrantes no país, um número muito abaixo das expetativas das autoridades.
“Está em causa a qualidade do ensino” do português junto das novas gerações, afirmou David Borges, membro do Conselho das Comunidades Portuguesas.
Em 2013, antes de ter sido incluída a contribuição anual (na ordem dos 100 euros), o sistema EPE tinha 540 alunos mas o cônsul honorário, José Manuel Silva, considera que o dinheiro não é desculpa.
“A maior parte dos portugueses está num sistema em que tudo é gratuito”, reconhece José Manuel Silva, que aponta este como um dos principais problemas da comunidade.
Atualmente, Andorra tem dois professores de português, integrados pela rede EPE, mas o cônsul honorário quer colocar mais um docente no próximo ano letivo.
Nas ruas, os portugueses misturam o catalão, língua oficial do país, com espanhol e português, mas quase não se lê documentos escritos em português e só existe uma revista da comunidade.
Contudo, a maior parte dos textos são em catalão, até porque o país não admite publicações noutras línguas.
Também por isso, muitos portugueses “não sabem escrever e não sabem perceber um texto”, diz José Manuel Silva. Para ele, a falta de empenho dos pais acaba por fazer com que a segunda geração, já nascida no país, tenha problemas em readaptar-se a Portugal, num eventual regresso.
“Em casa só falo português e recuso falar catalão mas nem todos são assim”, diz, por seu turno, António Cerqueira, presidente do clube desportivo Lusitanos.
No sistema de ensino, existem três línguas (catalão, francês e espanhol) mas apesar de os portugueses serem a maior comunidade imigrante no país o Governo não aceitou integrar o idioma no currículo oficial.