“Moçambique e Angola estão a preparar-se para ratificar o AO”

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O secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Embaixador Murade Isaac Murargy, disse à margem da XI reunião Ordinária do Conselho Científico do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP),  que não há volta atrás na questão do Acordo Ortográfico, considerando desnecessário o debate gerado nos últimos dias em torno desta questão. “O acordo ortográfico […]

Murade

O secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Embaixador Murade Isaac Murargy, disse à margem da XI reunião Ordinária do Conselho Científico do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP),  que não há volta atrás na questão do Acordo Ortográfico, considerando desnecessário o debate gerado nos últimos dias em torno desta questão.

“O acordo ortográfico está a seguir o seu caminho. Os países que ainda não ratificaram estão no processo de ratificação. Penso que é um debate desnecessário neste momento. As pessoas são livres de falar sobre isso, mas não há nenhuma controvérsia em relação ao Acordo Ortográfico”, disse o secretário executivo da CPLP.

“Moçambique e Angola estão a preparar-se para ratificar. Não vejo qual é o problema. Não há retorno”, acrescentou Murade Murargy.

O responsável da comunidade lusófona admitiu que é sempre preciso ajustar os instrumentos legais a cada momento, adiantando que se se revelar necessário, se fará uma revisão do Acordo.

“Se for preciso fazer uma revisão vai-se fazer, mas não porque o Acordo esteja mal elaborado. Se for necessário, se há certos ajustamentos que têm que ser feitos, serão feitos no momento próprio e dentro do contexto em que se verificar essa necessidade”, disse.

O debate torno do Acordo Ortográfico surgiu depois de o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dito, durante a sua deslocação a Moçambique, na semana passada, que, se países como Moçambique e Angola decidissem não ratificar o Acordo Ortográfico, isso será uma oportunidade para repensar a matéria.

Disse ainda que o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa não usa a nova grafia, mas que “o Presidente da República, nos documentos oficiais, tem de seguir o Acordo Ortográfico”.

O Acordo Ortográfico de 1990 tem sido adotado em ritmos diferentes nos Estados que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), estando à frente desse processo Portugal e Brasil.

O acordo já foi ratificado pelos parlamentos nacionais do Brasil, Portugal, Timor-Leste, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde. Em Moçambique, a norma aguarda ratificação pelo parlamento e em Angola não foi regulamentado a nível governamental.

No contexto da reunião do IILP, decorrida nos dias 09 e 10 do corrente mês,na cidade da Praia, capital de Cabo Verde, Murade Murargy adiantou que a língua portuguesa “ganhou terreno”, fruto do papel desempenhado pelo instituto e dos próprios países-membros da CPLP, mas admitiu que continua por cumprir o objetivo da sua internacionalização.

“Para que a língua portuguesa seja uma língua do sistema das Nações Unidas, isto implica recursos. E a nossa comunidade não está ainda capacitada para poder fazer face às despesas necessárias para esse encargo. Vai levar o seu tempo”, disse.

Murade Murargy, que está em final de mandato depois de quatro anos à frente da CPLP, lembrou que tanto o IILP como a CPLP dependem da vontade política dos Estados-membros “que tem que ser renovada sempre” para que possam “conquistar o seu espaço”.

Disse ainda que os vários problemas verificados em muitos dos países lusófonos estão a “enfraquecer a ação” da comunidade, sobretudo por causa dos recursos financeiros, mas recusou a ideia de que “haja desinteresse dos estados-membros em relação à CPLP”.

Fonte colaborativa: RFI

 

 

 

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