Arrancou ontem e prolonga-se até 5 de Agosto a 30.a edição do curso de Verão de Língua e Cultura Portuguesa. A edição com maior número de inscritos traz alunos de vários países asiáticos, mas também dos Estados Unidos, da Austrália e da Grã-Bretanha.
Organizado pelo Departamento de Português da Faculdade de Artes e Humanidades da Universidade de Macau, o curso volta a contar com o apoio da Fundação Oriente. Para comemorar o 30º aniversário da iniciativa, o Departamento de Português oferece pela primeira vez cinco níveis de aprendizagem diferentes: Iniciação, Básico, Intermédio, Avançado e Superior.
A formação contempla ainda, e pela primeira vez, um módulo destinado a alunos bilingues que estejam inscritos em licenciaturas de tradução chinês/português.
Hong Gang Jin, Diretora da Faculdade de Letras da Universidade de Macau, lembrou que o curso de Verão é um dos instrumentos do gênero mais antigos da universidade e sublinhou as competências que lhe são inerentes: “O curso tem como objectivo ajudar os alunos através do desenvolvimento das quatro competências essenciais: comunicação, colaboração, pensamento crítico e criatividade”, referiu a professora.
A promoção e divulgação da Língua e Cultura Portuguesa são, ainda assim, a pedra basilar de uma formação que tem por grande objectivo conceder aos alunos a oportunidade quer de começarem a aprender a língua ou de melhorarem as competências linguísticas já adquiridas.
Este ano comemora-se não só os 30 anos do curso de verão em língua portuguesa, mas também os 35 anos da própria universidade, lembrou Rui Martins: “Creio que todos os participantes no curso vão poder testemunhar uma grande organização e uma grande edição porque estamos a comemorar os 30 anos do curso”, salientou o Vice-Reitor da Universidade de Macau.
PARTICIPAÇÃO RECORDE
Ao longo das três últimas décadas, o curso atraiu alunos um pouco de todo o Mundo. Em trinta anos a formação atraiu cerca de seis mil estudantes, um terço dos quais oriundos do território.
Este ano, a iniciativa conta com uma participação recorde de cerca de quatrocentos alunos, uma centena mais do que os registados no ano passado. Os estudantes chegam de Macau, mas também de países como a Tailândia, Singapura, Timor-Leste, a Austrália, os Estados Unidos da América, a Grã-Bretanha, a Coreia do Sul ou a Índia. “Este ano, o programa está com mais força e com um número muito grande de alunos, vindos de várias partes do mundo, em particular da República Popular da China, onde há um interesse cada vez maior pela língua portuguesa”, referiu Rui Martins.
Nos últimos 30 anos, foram muitos os alunos que frequentaram o Curso de Verão e que manifestaram depois o seu interesse em continuar os estudos relacionados com o idioma: “Aqui não é só a língua que é oferecida. É também apresentada a cultura portuguesa e é-lhes dada a oportunidade de conhecerem a Região Administrativa Especial de Macau e o seu património histórico”, defendeu o vice-reitor da Universidade de Macau.
Em declarações à imprensa, Ana Nunes, docente de Linguística Portuguesa, esclareceu que o aumento do número de vagas não trouxe problemas de maior aos responsáveis pela organização da iniciativa: “O curso implica muita burocracia, são muitos alunos e receber todos eles envolve bastante trabalho, mas as dificuldades são sempre as mesmas, é mais em termos logísticos. Este ano destes cerca de 400 alunos, 230 são da China Continental e vão ser repartidos por 16 turmas mais a turma de tradução”, refere a docente.
Ao longo dos anos, o curso de Verão tem vindo a ser mais procurado, apesar de não veicular conhecimentos suficientes para o domínio da língua. “A maior parte dos alunos já trazem alguns conhecimentos ou já estudaram anteriormente português, por isso é mais fácil. Os que estão numa fase de iniciação vêm fazer o Curso de Verão para tomares o pulso à língua e depois começarem uma licenciatura em português ou então porque querem solidificar conhecimentos”, salientou ainda a docente.
Durante as três semanas pelas quais se prolonga a iniciativa, os alunos vão ainda participar em diversas atividades culturais extracurriculares que incluem visitas a vários museus e ao centro histórico de Macau.
Fonte: Ponto Final