Operários estavam hoje a dar os toques finais da primeira escola privada em português que abre as portas em Díli na próxima semana.
O complexo, instalado numa antiga embaixada próximo da Praia dos Coqueiros, na zona ocidental da capital timorense, abrigará 110 alunos.
Três professores contratados em Portugal e a equipa diretiva estavam hoje a colocar as míni-mesas e cadeiras, a terminar o berçário, sala de reuniões, refeitório e outras salas que vão acolher, numa primeira fase, os alunos do pré-escolar e dos primeiros dois anos do 1º ciclo.
“Já temos bastantes inscrições. Ainda temos lugares vagos mas estamos ainda só agora a começar a divulgar a sério porque queríamos concluir todos os processos. Estamos à espera que isto fique cheio”, disse à Lusa.
Em todo o lado, bonecos de peluche, jogos, livros e outro material didático dão cor a um espaço desenhado já com os critérios exigidos para que a escola possa ser reconhecida pelos Ministérios da Educação dos dois países, Portugal e Timor-Leste.
Um processo demorado e complicado, como explicou à Lusa uma das sócias e fundadoras da escola, Maria de Fátima Hog, que confirmou estar à espera ainda esta semana do último documento das autoridades timorenses para que a escola possa abrir com normalidade.
“A dificuldade maior é nas autorizações e licenças no tempo de demora e no equipamento. Aqui não há nada. Veio tudo de Singapura, que escolhendo pensando que chegaria aqui rapidamente mas isso também não ocorreu. Por isso, o projeto atrasou um pouco”, disse.
António da Conceição, ministro da Educação, disse à Lusa que a tramitação burocrática estava a concluir-se e que ele próprio já tinha dado despacho para que a licença e a documentação necessária fosse dada à escola, projeto que saudou.
“São todos projetos que ajudam a melhorar o nosso sistema educativo e as condições que se oferecem aos timorenses. Os timorenses estão sempre à procura do melhor para os seus filhos e com esta escola está-se a responder também aos interesses da população”, disse o governante.
Vários anos de trabalho para lançar um projeto que, como explicou Maria de Fátima Hog, pretende responder á grande procura de ensino em português em Timor-Leste onde ainda se notam deficiências, no sistema público, quer na quantidade quer na qualidade oferecidas.
A Escola Portuguesa Ruy Cinatti, em Díli, já está nos seus limites, com mais de 900 alunos e longas listas de espera de centenas de famílias e as restantes escolas privadas do país apenas oferecem currículos em língua inglesa.
“Existe uma necessidade muito grande aqui em Timor-Leste. O português é língua oficial de Timor e a maior parte das crianças ainda não falam português. Por isso tentamos oferecer com currículo português, com professores portugueses uma alternativa às outras escolas”, concluiu.