No âmbito da sua visita a Cuba, em outubro, o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, inaugurou a primeira biblioteca portuguesa em Havana, contributo do Camões, I.P., mas também contributo de embaixadores de países de língua portuguesa.Biblioteca Eça de Queirós, que ocupa um espaço privilegiado na Embaixada de Portugal em Havana.
O Sr. Embaixador do Brasil ofereceu, ele próprio, obras suas, e eu já estou comprometido em oferecer não tanto as minhas obras, mas algumas obras da minha biblioteca, para esta biblioteca. Está prometido”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia de inauguração.
Para Natividade Lemos, do Leitorado de Português na Universidade de Havana, aquele espaço é “uma dádiva abnegada do Outro para o Outro.São, as bibliotecas, quais sejam e de que tamanho sejam, os espaços mais democráticos e mais livres do Mundo. Ou assim deveriam ser. A biblioteca Eça de Queirós em Havana é, ou sonha ser, um espaço assim, levando o nome de um grande escritor português que, trabalhando como cônsul em Havana de 1872 a 1874, aqui desempenhou um importante papel humanitário em defesa dos trabalhadores chineses oriundos de Macau”, afirma.
Com cerca de 1000 obras, a biblioteca tem já um acervo bibliográfico significativo em áreas diversas, como a literatura contemporânea, os clássicos, didática e pedagogia, cultura e arte portuguesa, entre outras, “o que foi possibilitado pela generosa oferta de material por parte do Camões I.P”, revela a leitora, acrescentando que contou também com doações, como a do embaixador do Brasil em Cuba, que contribuiu para aumentar a secção de ‘Literaturas de Expressão em Língua Portuguesa’, onde estão contemplados todos os países da CPLP.
Natividade Lemos diz que a biblioteca foi idealizada e ‘construída’ para todos, mas confessa que foi montada a pensar principalmente “nos estudantes e nos profissionais da língua portuguesa, professores, tradutores e intérpretes”. “Foi uma resposta a uma necessidade: a da leitura em português”.