
O ensino do português como língua estrangeira em França já chega a nove mil alunos do 1.º ciclo, disse à Lusa o ministro da Educação de Portugal, que esta terça-feira visitou em Paris uma escola onde esta oferta arrancou este ano letivo.
Aprender português como língua estrangeira é uma possibilidade para os alunos do 1.º ciclo em França desde o início do presente ano letivo, na sequência de um protocolo assinado em julho pelos ministros da Educação de Portugal – Tiago Brandão Rodrigues – e França – Najat Vallaud-Belkacem – o qual colocou o ensino de português no dispositivo EILE (Ensino Internacional de Língua Estrangeiro), e consequentemente, no mesmo patamar de visibilidade de línguas já oferecidas no sistema de ensino francês, como o inglês, o espanhol e o italiano.
Segundo os números avançados pelo ministro, há neste momento em França 15 mil alunos a aprender português, nove mil dos quais ao abrigo do EILE, e que terão agora a oportunidade de dar continuidade à aprendizagem da língua nos anos seguintes. “Este dispositivo, no contexto da oferta educativa da escola francesa, prestigia o ensino do português e permite um acesso a um maior número de alunos”, considerou Brandão Rodrigues. O ministro realçou ainda que esta mudança tem também impacto no peso curricular e pedagógico da língua portuguesa dentro das escolas e na avaliação dos alunos.
Já no que diz respeito aos alunos, “as classificações na disciplina de português passam a figurar no boletim escolar dos alunos”, o que “permite o registo oficial do percurso feito ao longo dos anos”. “Isto materializa uma certa integração pedagógica do português nos currículos franceses”, defendeu.
Na visita desta terça-feira a França, no decorrer da qual visitou uma escola do 1.º ciclo onde os alunos começaram este ano a aprender português, Tiago Brandão Rodrigues assinou com a sua homóloga francesa um acordo de cooperação bilateral para as políticas educativas e do ensino da língua.
O acordo desta terça-feira, apesar de muito centrado no ensino da língua, prevê também a cooperação em matérias como o intercâmbio, formação e certificação de professores. “O importante é termos metas que possam ir ao encontro das vontades dos dois países e que possam ser consistentes, exigentes e ambiciosas. Estamos a trabalhar para que este acordo possa corresponder às necessidades que existem no terreno”, referiu Brandão Rodrigues.
Fonte: O texto na íntegra, no Observador