Cabo Verde debate criação do Plano Nacional de Leitura

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José Jorge Letria falava à agência Lusa na cidade da Praia, à margem de um colóquio sobre o “Plano Nacional de Leitura de Cabo Verde”, no âmbito da “Semana da Leitura, uma iniciativa da Presidência da República cabo-verdiana para incentivar a leitura no país. Cabo Verde ainda não possuiu um Plano Nacional de Leitura, mas […]

Bandeira Cabo VerdeJosé Jorge Letria falava à agência Lusa na cidade da Praia, à margem de um colóquio sobre o “Plano Nacional de Leitura de Cabo Verde”, no âmbito da “Semana da Leitura, uma iniciativa da Presidência da República cabo-verdiana para incentivar a leitura no país.

Cabo Verde ainda não possuiu um Plano Nacional de Leitura, mas o debate da Presidência é considerado um passo importante para esse feito.

Salientando a importância de um PNL em Cabo Verde, como forma de enfatizar o valor estratégico da leitura e da ligação com o livro, José Jorge Letria salientou que há componentes práticas, como o papel das bibliotecas, do poder político e do preço dos livros.

Relativamente ao acesso aos livros, notou que é um “problema central” em todo o mundo, mas que o seu preço depende das dinâmicas do mercado e para que seja viável do ponto de vista de atividade editorial é preciso que o mercado o suporte e que gere receitas.

“Caso contrário, os editores não se envolvem nisso. A situação em Cabo Verde é uma, a em Portugal é outra”, sustentou o escritor, que em Portugal tem estado envolvido em debates sobre a acessibilidade e o preço do livro, considerando que “não é fácil baixar os preços”.

“São questões que temos de ver de forma articulada. Há muito tempo que defendo uma verdadeira convergência e uma verdadeira cooperação entre Portugal e outros países lusófonos”, referiu, dizendo que poderá, por exemplo, ajudar a arranjar apoios institucionais.

No caso de Portugal, cujo primeiro-ministro, António Costa, anunciou domingo um novo Plano Nacional de Leitura, disse que poderá ajudar Cabo Verde, mas é preciso que o Instituto Camões seja “dinâmico, ativo, com suporte financeiro e capaz de apresentar propostas”.

“Penso que da parte de Portugal, sobretudo com o atual Governo, há uma vontade empenhada”, adiantou, exemplificando-se com as recentes visitas ao país africano do primeiro-ministro e do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Portugal pode intervir através do Instituto Camões e do Ministério da Cultura, mas também nas estruturas da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), onde se discutem as questões culturais e estratégicas”, apontou José Letria, que é também presidente, até 2018, do Comité Europeu da Sociedade de Autores.

Em declarações à agência Lusa, Leonor Santos, assessora técnica do Ministério da Educação de Cabo Verde, sublinhou o início do debate sobre o PNL, mas dizendo que a sua concessão e lançamento não depende apenas do Governo.

Considerando que o debate deve ainda ser “muito mais aprofundado”, disse, por isso, que “faz sentido” recolher subsídios em parceiros como Portugal, Brasil e outros países que já têm experiência na implementação do Plano Nacional de Leitura.

“É um processo que está no início, mas ainda há um longo caminho a fazer. O plano não depende apenas do Ministério da Educação. Penso que Cabo Verde poderá contar sempre com Portugal”, afirmou a responsável.

Sem avançar possíveis datas para a sua implementação, Leonor Santos disse que o PNL será adaptado ao contexto cabo-verdiano e será um processo que terá diversas fases e que só numa primeira poderá ser direcionada apenas às escolas.

Além de José Jorge Letria, a Semana da Leitura da Presidência da República conta com participação do escritor português Francisco José Viegas e da são-tomense Olinda Beja, no evento onde estão previstos diversas atividades e painéis sobre a importância da leitura.

Fonte: DN PT

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