A escolha da Palavra do Ano, iniciativa da Porto Editora “com o objetivo de valorizar a língua portuguesa“, está de regresso.
Esta é já a nona edição do concurso, cujo objetivo é “destacar a riqueza lexical e o dinamismo criativo da língua portuguesa, um património vivo de todos os que nela se expressam“.
A escolha das palavras candidatas a Palavra do Ano baseia-se no “trabalho permanente de observação e acompanhamento da realidade da língua portuguesa, levado a cabo pela Porto Editora, através da análise de frequência e distribuição de uso das palavras e do relevo que elas alcançam, tanto nos meios de comunicação e redes sociais como no registo de consultas nos dicionários online e mobile”, segundo nota de imprensa da editora.
Em 2017, muitos foram os acontecimentos que marcaram a nossa realidade e, consequentemente, muitos foram os vocábulos que foram marcando o quotidiano e as conversas dos portugueses.
Após uma análise cuidada dos parâmetros, as dez palavras finalistas são:
Afeto
Quem não se recorda do grau de proximidade, de amabilidade e de afetividade exercido junto de todos por Marcelo Rebelo de Sousa? É ao ‘Presidente dos Afetos’, como ficou conhecido, que devemos o uso frequente, no nosso quotidiano, desta palavra.
Cativação
Uma estratégia orçamental bem definida do Governo para manter o défice abaixo dos valores definidos com a União Europeia tornou este um vocábulo recorrente, valendo-lhe o lugar de finalista a palavra do ano.
Crescimento
Uma inversão no comportamento da economia portuguesa levou a que todos os portugueses começassem a falar (finalmente) de crescimento.
Desertificação
Este tema ganhou uma atenção especial no espaço público, devido às circunstâncias impostas.
Floresta
A enorme área ardida do país obrigou a repensar em novas estratégias de ordenamento florestal em Portugal.
Gentrificação
“Processo de valorização imobiliária de uma zona urbana, geralmente acompanhada da deslocação dos residentes com menor poder económico para outro local e da entrada de residentes com maior poder económico.“
Nunca o nosso país foi um pólo tão atrativo para os turistas como no último ano, principalmente nas principais cidades, chegando mesmo a ser distinguido como o Melhor Destino Europeu. Não é por isso de estranhar que esta seja uma palavra cada vez mais aplicada no dia a dia.
Incêndios
O ano de 2017 foi uma enorme tragédia. Pela enorme quantidade de incêndios que atingiram o território português, provocando danos irreparáveis e uma enorme quantidade de vítimas, «incêndios» invadiam a comunicação pessoal, social e digital.
Independentista
A vontade de independência da Catalunha foi um dos factos que marcou o ano.
Peregrino
O centenário das Aparições de Nossa de Fátima marcou este ano e, mais do que nunca, o número de peregrinos aumentou. A vinda de Sua Santidade, o Papa Francisco, ao Santuário de Fátima, no dia 13 de maio, contribuiu substancialmente para esse efeito.
Vencedor
Pela primeira vez, Portugal foi o vencedor do Festival Eurovisão da Canção, despertando um enorme carinho e entusiasmo para com Salvador Sobral.
«Incêndios» lidera a preferência dos portugueses, mas ainda podes votar…
A votação teve início há duas semanas e, até ao momento, cerca de dez mil já escolheram a sua palavra do ano.
«Incêndios» lidera a preferência dos portugueses, seguida de «afeto» e «floresta». A votação decorre até ao último dia do ano.
Nos anteriores, o público português elegeu as palavras: «esmiuçar» (2009), «vuvuzela» (2010), «austeridade» (2011), «entroikado» (2012), «bombeiro» (2013), «corrupção» (2014), «refugiado» (2015) e «geringonça» (2016).
A 4 de janeiro de 2018, será conhecida a grande vencedora, numa cerimónia na Biblioteca Municipal Ary dos Santos, em Loures.
Podes votar aqui.