PORTUGAL E LUXEMBURGO VÃO ASSINAR ACORDO PARA ORGANIZAR FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM PORTUGUÊS

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Os Governos de Portugal e do Luxemburgo deverão assinar até final de março um acordo que vai permitir a organização de formação em língua portuguesa para trabalhadores imigrantes, sobretudo no setor da construção. “O objetivo é estabelecer um quadro de oferta de formação profissional em língua portuguesa, com materiais de apoio em português”, para permitir […]

“O objetivo é estabelecer um quadro de oferta de formação profissional em língua portuguesa, com materiais de apoio em português”, para permitir aos trabalhadores portugueses no Luxemburgo o acesso à “formação contínua, formação profissional e reconhecimento das competências técnicas específicas”, afirmou secretário de Estado das Comunidades Portuguesas (SECP), José Luís Carneiro.

“Precisamos de mão-de-obra com formação na área da construção e noutros setores manuais, e queremos dar oportunidade a todas as pessoas de aceder à formação”, disse Nicholas Schmit.

Desde 2002 que a lei luxemburguesa exige um diploma emitido pelo Instituto de Formação Setorial da Construção (IFSB) para progredir no escalão profissional e poder aumentar o salário.

Os cursos são necessários também para os trabalhadores desempregados que querem obter novas competências.

O problema é que, para os imigrantes portugueses, que representam a maioria dos trabalhadores no setor, isso significa fazer formação e exames em luxemburguês, alemão ou francês, idiomas que a maioria não domina, ficando impossibilitados de aceder a essa formação.

“Vamos trabalhar para criar um quadro para que ninguém seja excluído da formação por razões linguísticas”, disse Schmit.

“As agências de formação profissional, sob a responsabilidade dos ministros do Trabalho dos dois países, vão trabalhar conjuntamente para este objetivo”, explicou.

O ministro do Trabalho do Luxemburgo disse também que, “havendo a possibilidade ou a necessidade de ter formadores vindos de Portugal”, é “claramente a favor”, nomeadamente para outros setores que não a construção, onde já há professores de origem portuguesa.

“A maioria dos formadores atuais, sobretudo no setor da construção, são pessoas de origem portuguesa, e não têm dificuldades para falar em português com as pessoas que não dominam o francês”, explicou.

O ministro do Trabalho disse querer “avançar rapidamente” para concretizar este objetivo, prevendo que o acordo possa ser assinado até “final de março”.

A possibilidade de organizar cursos de formação em língua portuguesa é uma reivindicação antiga da central sindical luxemburguesa OGB-L, mas apesar de ter sido constituído um grupo de trabalho entre os Governos dos dois países, em 2008, essa hipótese nunca se concretizou.


Fonte: dnotícias

 

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