Como habitualmente, o cinema São Jorge, de Lisboa, será o espaço de todas as atividades do festival, que este ano apresenta, entre outras novidades, muitos projetos portugueses, várias obras vindas do Festival de Berlim (Berlinale) e uma parceria com o grupo Guiões.

A produção cultural lusófona é o eixo central da programação, que apresentará em Competição nove longas-metragens de ficção, nove documentários e 16 curtas. Secções dedicadas ao cinema brasileiro e uma novíssima que estende a programação aos países de línguas derivadas do latim, completam a programação fílmica. No todo, sete das obras tiveram antestreia mundial ou internacional nos festivais de Sundance, Roterdão e, principalmente, Berlim.

A participação portuguesa na Competição de longas de ficção inclui quatro projetos. Para “Aparição”, que reúne Jaime Freitas e Vitória Guerra no elenco para a narrar a história de um romance numa asfixiante Évora dos anos 50, o produtor Fernando Vendrell foi buscar à obra de Vergílio Ferreira a inspiração para o seu novo trabalho como realizador.

Conexão com os grandes festivais internacionais

Em relação ao Brasil, o FESTin deste ano logrou reunir a produção do país que fez parte do circuito dos grandes festivais internacionais em 2017.

Estreado em Sundance, “Não Devore o meu Coração”, de Felipe Bragança, traz uma mistura de fantasias indígenas com a situação bem real dos crimes cometidos contra eles na fronteira do Brasil com o Paraguai. No elenco destaca-se a presença de Cauã Reymond.

A obra também foi selecionada para o Festival de Berlim, plataforma de lançamento de vários projetos desta edição. Por exemplo, pela secção Panorama passou “Como Nossos Pais”, obra escolhida para abrir o FESTin 2018: com um forte acento feminino, traz um drama intenso e repleto de reviravoltas sobre relações familiares e distinções de género ainda culturalmente relevantes. O filme também terá distribuição em Portugal e contará com a presença da realizadora Laís Bodansky na sessão.

Já Fabio Meira viu o seu trabalho de estreia, “As Duas Irenes”, estrear na Generations no certame alemão; o filme encerra o FESTin com uma delicada história sobre amizade e expectativas adolescentes.

Pela mesma secção passou “A Mulher do Pai”, onde Cristiane Oliveira narra os sonhos e desesperos típicos de uma jovem asfixiada pelos limites de uma pequena localidade do sul do Brasil.

Completam a Competição “Açúcar”, atualmente a ter estreia internacional em Roterdão, festival em andamento, e “Redemoinho”, um dos mais belos filmes a chegar às salas no Brasil em 2017.

Mostra Latim- A língua em movimento

Expandindo o âmbito da sua programação, o FESTin lança-se em torno de idioma ancestral do português, o Latim – selecionando uma série de obras vindas de países com língua neolatina. Serão os casos da Espanha, Cuba, França, Itália e Roménia. E, pela primeira vez em Portugal, um filme que representa o Vaticano: “O Menor Exército do Mundo” foi o vencedor do Festival de Veneza de melhor documentário.

Sotaques da lusofonia

Fazendo eco da sua vocação primária de único representante da produção cinematográfica de países com ligações a Portugal, o FESTin apresenta na Competição de Documentários e na sessão especial “Sotaques” obras de Angola, Cabo Verde, Moçambique, Timor-Leste, Guiné-Bissau e Guiné-Equatorial – com destaque para “Serviçais – Das Memórias à Identidade”, em Competição, onde Nilton Medeiros apresenta um duro retrato de um sistema de trabalhos forçados há muito desaparecidos mas que ainda hoje tem ramificações no mundo do trabalho em São Tomé e Príncipe.

A parceria Guiões

Uma das grandes novidades do FESTin de 2018 é a parceria com a 4ª edição do “Guiões – Festival de Roteiros de Língua Portuguesa”, que irá decorrer no âmbito do festival entre os dias 2, 3 e 4 de março. O evento promove um encontro entre guionistas da indústria cinematográfica de Língua Portuguesa e serve como plataforma de escrita e promoções de “pitchings”, sessões de filmes, debates com representantes da indústria, “workshops” e “masterclasses”.

Parceria com o Lusophone Film Festival

Dentro do caráter itinerante do FESTin, a parceria com o Lusophone Film Fest leva a diversidade da produção em língua portuguesa a vários lugares do mundo – incluindo sessões em Nairóbi (Quénia), Zanzibar (Tanzânia), Banguecoque (Tailândia), Sydney (Austrália), Phnom Penh (Camboja) e Macau (China).

O FESTin é organizado pela ASCULP – Associação Cultura e Cidadania da Língua Portuguesa, em coprodução com o Cinema São Jorge e parceria estratégica com a EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, E.E.M. e conta com o apoio financeiro da CML – Câmara Municipal de Lisboa (CML).


Fonte: SapoMag