CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM LÍNGUA PORTUGUESA PARA DOCENTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA – I

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I A sessão de abertura do Curso de Aperfeiçoamento para Docentes da Educação Básica ocorreu no dia 19 de fevereiro, sendo que o referido Curso realiza-se de 19 de fevereiro a 04 de março, no Auditório do Edifício Sede do Ministério da Educação, em Brasília, Esplanada dos Ministérios. O Evento foi concebido pela Presidência Pro […]

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A sessão de abertura do Curso de Aperfeiçoamento para Docentes da Educação Básica ocorreu no dia 19 de fevereiro, sendo que o referido Curso realiza-se de 19 de fevereiro a 04 de março, no Auditório do Edifício Sede do Ministério da Educação, em Brasília, Esplanada dos Ministérios.

O Evento foi concebido pela Presidência Pro Tempore do Brasil com base na manifestação dos representantes dos Estados-Membros da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa – CPLP, durante o Encontro dos Pontos Focais de Educação, realizado em Lisboa, nos dias 23 e 24 de março de 2017. Teve como finalidade reunir docentes que atuam na Educação Básica, especificamente no ensino de língua portuguesa, provenientes dos nove Estados-Membros da CPLP para aperfeiçoar conhecimentos no ensino de Língua Portuguesa, visando torná-los multiplicadores de práticas de ensino adequadas aos diferentes contextos dos Estados-Membros da CPLP.

Conferência de abertura

A Conferência de abertura foi profetizada pela Prof.ª Doutora Marisa Mendonça que começou por fazer um enquadramento da sua reflexão, situando-se como alguém que se dedica há várias décadas à área da Educação; que é cidadã CPLP e, simultaneamente, parte dos PALOP, cujos contextos, pelo viés dos sistemas educativos tem vindo a conhecer com a maior motivação. Elucidou, de imediato, os presentes que, relativamente à questão colocada pelo tema de reflexão, não a deixava margem para uma resposta categórica de “sim” ou “não”, tendo em conta que comunga com DELORS ao afirmar que a “educação é um tesouro a descobrir”, mas, simultaneamente “a utopia necessária”. Isto implica que, segundo Mendonça, “pensar Educação tem, obrigatoriamente, de nos fazer fugir da ilusão do sucesso das “receitas mágicas” em que, por vezes, também ilusoriamente acreditamos”.

Seguidamente a DE do IILP discorreu sobre as questões que envolvem a Língua Portuguesa, entendendo-a como língua global, pluricêntrica, una e diversa. Língua Portuguesa como património multidimensional da nossa Comunidade de países e de povos, em relação a quem, referiu a oradora, todos “temos direitos e semelhantes deveres” por se tratar de um bem coletivo. Referiu-se, ainda, à importância de olharmos o nosso idioma em diversas perspetivas, para melhor pensarmos no seu ensino e nas formas de melhor conduzirmos à sua aprendizagem. Isto significa ter consciência de que ela, a língua, é língua materna, língua segunda, língua estrangeira, mas, também, por exemplo língua de acolhimento, língua de herança, para além de outras funções.
No momento posterior, Mendonça focou-se na diversidade linguística que caracteriza a maior parte dos Estados-Membros da CPLP e à relação particular que cada um dos nossos países e povos têm com a LP. Deu vários exemplos, para ilustrar as dinâmicas particulares que cada país realiza com o Português. 
Após o enquadramento feito, Mendonça chamou a atenção para a necessidade de se considerar um conjunto de questões, cuja análise deve ser “honesta e rigorosa” para que se tomem decisões sobre as possibilidades e as vantagens, ou não, de se adotar, em cada contexto específico, o Ensino à Distância, garantindo-se, à partida, um nível de sucesso desejado. Essas questões, no entender da oradora, têm a ver com a identificação das reais motivações para o ensino e para a aprendizagem da LP, o reconhecimento da(s) função/(ções) que a LP e as demais línguas cumprem num mesmo espaço geográfico, os níveis de oferta da LP nos variados contextos até nacionais, os graus de afetividade dos aprendentes em relação à língua em causa e, ainda, sobre os contornos da cultura escolar instituída.
Prosseguindo a sua explanação, a oradora alertou para uma “armadilha que se tem colocado diante de nós e que é a importação cega de modelos e a sua aplicação imediata, sem se estudar a sustentabilidade dos mesmos, em contextos díspares, normalmente.”
Sobre o século XXI a tónica dada foi a de que ele é a continuação de um trajeto já iniciado no anterior, que “encerra em si mesmo, um mundo absolutamente marcado por evidências ambíguas, aos mais variados níveis”. Esse fator, considera Mendonça, é por si só, desencadeador de inúmeros desafios que se nos colocam permanentemente e as línguas não são exceção. Adiante, a palestrante sublinhou que “o conhecimento da LP, pela importância que ela já tem, pode e deve ser uma ferramenta de elevada utilidade. É importante ensiná-la bem e aprendê-la bem, também.”
Importa, de acordo com a oradora, pensar bem se adotar uma estratégia de Ensino à Distância é, efetivamente, nos mais variados contextos da nossa imensa Comunidade, garantia de sucesso, garantia de preparar melhores cidadãos nacionais e cidadãos do mundo ou será, apenas e só apenas, um meio de promoção das desigualdades de acesso ao conhecimento e ao desenvolvimento de competências tão variadas,  para uma melhor resposta aos imensos desafios que a vida nos coloca, neste mundo cada vez mais complexo. Mendonça finalizou afirmando que “é necessário que, previamente, se façam as reflexões que se impõem, pensando no global da nossa Comunidade e nas particularidades que lhe são intrínsecas. E que tudo isto possa conduzir à identificação de melhores âncoras para se garantir o acesso à Escola, sem deixar de sublinhar a necessidade de se garantir o sucesso na Escola e na vida”.

(Fim da 1ª parte)

Imagem: SIPLE
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