ATUALMENTE EM RECONSTRUÇÃO EM SÃO PAULO, MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA CHEGA A MOÇAMBIQUE, COM MOSTRA SOBRE A DIVERSIDADE DO IDIOMA

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O incêndio que consumiu o Museu da Língua Portuguesa, na região central de São Paulo, em 21 de dezembro de 2015, não silenciou o esforço institucional de promoção do idioma falado hoje por cerca de 270 milhões de pessoas nos cinco continentes. Quando o edifício situado na Estação da Luz entra em fase final de […]

O incêndio que consumiu o Museu da Língua Portuguesa, na região central de São Paulo, em 21 de dezembro de 2015, não silenciou o esforço institucional de promoção do idioma falado hoje por cerca de 270 milhões de pessoas nos cinco continentes. Quando o edifício situado na Estação da Luz entra em fase final de reconstrução, a instituição promove a itinerância de uma exposição sobre a diversidade da língua nos países que compõem a CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa, composta por Angola, Brasil, Cabo verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

A exposição A Língua Portuguesa em Nós, que em 15/8 chegou à Maputo, Moçambique, é uma maneira de celebrar e reconhecer as transformações da nossa língua comum. Com consultoria de conteúdo do compositor, escritor e professor de Literatura José Miguel Wisnik, a mostra aborda o papel da língua na formação da identidade e da cultura brasileira e ressalta sua presença na música e na culinária.

Itinerante e mutante, a mostra já foi exibida na Cidade da Praia, em Cabo Verde, e está em cartaz em Luanda, Angola, e em Paraty, no Brasil, até 2 de setembro. Por onde passa, ela ganha um curador cultural e uma programação específica. Em Luanda, a curadoria é do escritor Ondjaki, que organizou batalhas de poesias entre os jovens. Em Maputo, tem a curadoria do professor e especialista em literatura brasileira, Nataniel Ngomane, presidente do Futuro Bibliográfico da Língua Portuguesa. No Centro Cultural Brasil Moçambique, jovens estudantes são mediadores educativos e integram as visitas com cores, gírias, expressões do dia-a-dia, evocando de forma viva as relações entre a língua e a sua cultura.

“Nosso contato com os estudantes de Cabo Verde, Angola e Moçambique, durante a formação dos mediadores da exposição, revelou características interessantes da relação de cada país com a língua”, diz à seLecT Marina Toledo, coordenadora do educativo da exposição. “Enquanto em Cabo Verde a população fala, na rua, o crioulo ou a língua cabo-verdiana e utiliza o português mais na escola, universidades e reuniões oficiais, por exemplo, os jovens moçambicanos e angolanos já se apropriaram da língua portuguesa no dia a dia”. A educadora aponta que é possível encontrar na fala cotidiana do africano muitas palavras resultantes da apropriação das línguas locais e do inglês, num processo que retrata o dinamismo da língua.

“Outra curiosidade: os moçambicanos conhecem a palavra cafuné pelas novelas brasileiras. É um retorno da palavra ao continente africano, dado que sua origem é kafunile, da língua Kicongo da região de Angola, que chegou ao Brasil com os povos escravizados”, diz Toledo.

O Museu da Língua Portuguesa é o primeiro museu no mundo dedicado a um idioma. Quando a sede paulistana reabrir para o público, no segundo semestre de 2019, trará os rastros do caminho percorrido pelo mundo. Isso porque, na seção Cápsula de Coleta dos Falares, o visitante deixa um depoimento sobre sua relação com o idioma através de uma fala, texto ou poema. Esses testemunhos farão parte do acervo do museu, compondo um mosaico das formas de falar o português.


Fonte: Select

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