O reitor da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL) anunciou hoje um conjunto de programas para reforço da formação de professores em português, com uma nova licenciatura e mestrado, e a ampliação do programa de apoio do Instituto Camões.
Intervindo na abertura das 3as jornadas Pedagógicas do Centro de Língua Portuguesa da UNTL, Francisco Martins anunciou que em 2019 arranca a primeira licenciatura de formação de professores em educação pré-escolar, “integralmente lecionado em língua portuguesa”, em colaboração com a Universidade do Minho.
Também em 2019 começa um novo programa de mestrado de ensino em língua portuguesa, em colaboração com a Universidade do Porto.
Programas, disse Francisco Martins, que se inserem nos esforços da UNTL em “apostar de forma inequívoca no ensino e produção de conhecimento científico em língua portuguesa”.
Nesse sentido, anunciou ainda um reforço do programa de apoio a esta iniciativa dado por Portugal, através do Instituto Camões e pelo Brasil, através da rede Brasil Cultural.
Finalmente, entre as novas iniciativas, Martins anunciou ainda o “ambicioso projeto” de desenvolvimento da Casa da Lusofonia, “não só para alavancar o ensino da língua portuguesa em Timor-Leste, como também transformar a UNTL num centro de referência para o ensino do português na região.
O reitor recordou que cabe à geração atual de timorenses dar o seu “contributo decisivo para a construção do país”.
Nesse sentido, vincou, tanto a comunidade académica como a comunidade em geral, devem mobilizar o seu interesse no uso e aprendizagem do português, como elemento na “consolidação da identidade nacional e desenvolvimento enquanto Estado verdadeiramente livre e independente”.
A própria UNTL, disse, quer reforçar a sua ação nesta matéria, continuando a implementar a política de ter a língua portuguesa “como língua de instrução em todas a faculdades e departamentos”, com exceção do ensino do tétum e inglês.
Um processo que se seguiu ao “fase in” do português e “fase out” do indonésio – entre 2000 e 2012 – e que Martins admite tem encontrado “grande resistência”, tanto de professores como alunos.
“Mas não nos podemos render. Temos que resistir e implementar esta política institucional de língua portuguesa como língua de instrução”, disse.
O programa das jornadas integra painéis temáticos sobre Didática, Linguística e Literatura e Cultura, mas também mesas-redondas sobre o português “enquanto elemento de identidade cultural e enquanto veículo de transmissão de conhecimentos, as vantagens pessoais e profissionais de dominar a língua portuguesa e o papel das línguas maternas em Timor-Leste”, explicou.
Promovidas pelo Centro de Língua Portuguesa da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL) as jornadas decorrem até sexta-feira no Auditório da Faculdade de Educação Artes e Humanidades daquele centro educativo.