“É CRESCENTE O VALOR DA LÍNGUA PORTUGUESA COMO LÍNGUA INTERNACIONAL” – AUGUSTO SANTOS SILVA

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  No seu discurso, na apresentação pública da Rede de Ensino de Português no Estrangeiro (EPE) para 2018-2019, que decorreu na sede do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, em Lisboa, o ministro dos Negócios Estrangeiros assumiu que esta é “a rede mais vasta” do EPE, já que no novo ano letivo chega […]

“É crescente o valor da língua portuguesa como língua internacional” – Augusto Santos Silva

 

No seu discurso, na apresentação pública da Rede de Ensino de Português no Estrangeiro (EPE) para 2018-2019, que decorreu na sede do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, em Lisboa, o ministro dos Negócios Estrangeiros assumiu que esta é “a rede mais vasta” do EPE, já que no novo ano letivo chega a 80 países.

Augusto Santos Silva destacou a existência de “três grandes componentes” nesta Rede EPE 2018-2019. A do ensino português no estrangeiro ao nível básico e secundário, que abrangerá neste ano letivo cerca de 70 mil alunos. A rede apoiada pelo Camões, de ensino universitário de português e em estudos portugueses, que ultrapassará os 105 mil alunos. E a integração do português como língua estrangeira nos currículos básicos e secundários, atualmente implantada em 20 países.
Sobre esta última, o ministro dos Negócios Estrangeiros revelou que é intenção do Governo, vê-la duplicada, a breve prazo. Augusto Santos Silva afirmou que esta é uma área “absolutamente estratégica”, porque “o valor do português como língua internacional é crescente”.
No seu conjunto, a rede Camões em 2018-2019, significará a presença do ensino de português em 80 países. “É a rede mais vasta, prosseguindo um processo de consolidação e de expansão da difusão internacional do ensino da nossa língua”, disse o governante.

Orientações “fundamentais”

Augusto Santos Silva considerou o trabalho desenvolvido pelo Camões, I.P., “na área do ensino de português e em português no estrangeiro é absolutamente estratégico” e apresentou três “orientações fundamentais” para a prossecução desse trabalho, a primeira das quais é a consolidação “ano após ano” do EPE no ensino básico e secundário, como Português Língua de Herança.
“Essa consolidação é absolutamente essencial e não é alternativa às outras orientações que o Camões prossegue”, assumiu, assegurando que o Governo expande a presença do português nos currículos das escolas em países estrangeiros “não para substituir a nossa própria oferta de português como Língua de Herança, mas para enriquecer e complementar essa oferta”.
A segunda orientação foi referida pelo governante como ”claramente expansionista por nossa iniciativa e sob nossa responsabilidade” e diz respeito ao ensino do português a nível universitário em todos os continentes, destacando que este é um propósito realizado “cada vez mais” em colaboração com universidades e instituições locais.
“Partilhamos esforços, recursos, custos e aumentamos assim a nossa capacidade de disseminação”, assumiu o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros.
A este trabalho em parceria acresce a própria rede do Camões, I.P. no ensino superior, com a dinamização de leitorados, cátedras e centros de língua portuguesa.
“A procura da língua portuguesa como língua internacional é crescente, a utilidade do seu domínio também é evidente e, portanto, a oferta e a procura têm que se ajustar”, defendeu.
A terceira orientação diz respeito à presença do português como uma das línguas internacionais nos currículos do ensino básico e secundário de diferentes países.
“Temos aqui uma função de incentivo, de orientação, de intervenção supletiva. Não é a nós que compete definir os currículos de países estrangeiros, mas a nossa responsabilidade é de apoiar os esforços desses países”, assegurou, explicando que tal é feito com o apoio à formação de professores, com as bolsas de estudos que lhe permitem ter períodos de imersão em lingua portuguesa, em Portugal.
Esta é uma fileira do EPE que envolve já “seguramente mais de 100 mil alunos”, observou Santos Silva. “Basta somar os 50 mil que aprendem português no ensino secundário no Senegal aos 50 mil que em três comunidades autónomas de Espanha também aprendem português, para termos mais de 100 mil alunos”, exemplificou.

Responsabilidade partilhada

Estas três orientações de trabalho são “uma enorme responsabilidade para Portugal”, assumiu o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros, sublinhando que o país partilha “cada vez mais”essa mesma responsabilidade com outros países, principalmente as nações lusófonas, e, dentre estas, o Brasil.
Para além destes, Augusto Santos Silva disse que o trabalho de Portugal na expansão do ensino do português é repartido também com os países observadores associados da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e os 23 países que integram a Conferência Ibero-Americana, recordando que este organismo abriu, em 2018, um escritório em Lisboa.
O governante referiu ainda como “estratégicamente essencial” a formação de professores de português e de tradutores e intérpretes e o facto de o ensino presencial do português pelo mundo ser “complementado e enriquecido com o ensino à distância”, algo que o Camões, I.P. dinamiza através da ‘Plataforma Português Mais Perto’ e do ‘e-Camões’ e, em 2019, com o lançamento do ‘Camões Júnior’.
Santos Silva destacou também a certificação das aprendizagens, considerando ser um mecanismo pelo qual “passa muito” da consolidação do EPE. “Por isso é tão importante a experiência americana (o exame ‘NEWL’), que faz com que um número crescente de escolas superiores norte-americanas creditem, para efeitos de admissão aos seus cursos, as competências em português”, exemplificou.
Em jeito de conclusão, Augusto Santo Silva disse que “importa manter a tendência de reforço da oferta de português como língua estrangeira em múltiplos países e nos diferentes níveis de ensino, juntar-lhe uma oferta digital de cursos em português dirigidos aos diferentes públicos, acrescentar-lhe a formação específica dos professores e dos tradutores e intérpretes e garantir processos de certificação técnica exigente, segundo os critérios do Conselho da Europa, com a possibilidade de que essas competências contem nos diferentes currículos”.
Para tal acontecer, o governante assumiu a necessidade de se continuar a reforçar o Camões. I.P. “quer como autoridade nacional para a cooperação quer como a autoridade nacional para a promoção, no estrangeiro, da língua e da cultura portuguesa”.


Fonte: Mundo Português

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