O material, de acesso global e gratuito, vai estar disponível a partir desta quinta-feira. O foco é o ensino do português enquanto língua estrangeira ou segunda língua.
O Instituto Português do Oriente (Ipor) vai lançar conteúdos online para ajudar professores de português espalhados pelo mundo que estão a ensinar à distância devido ao surto da covid-19, disse esta quarta-feira à Lusa o diretor da instituição.
O material de acesso global e gratuito vai estar disponível no site do Ipor, a partir desta quinta-feira, e foca-se sobretudo no ensino do português enquanto língua estrangeira ou segunda língua, adiantou Joaquim Ramos Coelho.
“A ideia deste projeto é ajudar os professores que de repente se viram confrontados com a situação em que têm de se adaptar a um novo ambiente de trabalho e, ao mesmo tempo, criar materiais”, forçados a ensinarem à distância por causa do surto do novo corana vírus, uma realidade vivida à escala global, frisou.
“Ora, se pudermos ajudar nomeadamente cedendo materiais já criados, que os professores só tenham de integrar num contexto pedagógico ou de sala de aula, tanto melhor”, salientou o diretor da instituição sediada em Macau e que tem como vocação prioritária promover o ensino da língua portuguesa, com uma vertente complementar focada na ação cultural.
“O que o Ipor decidiu fazer foi constituir uma equipa docente, criar e disponibilizar materiais online, de forma gratuita, de acesso global. Portanto, em qualquer ponto do globo, em qualquer país, professores que ensinem português como língua estrangeira podem aceder à nossa página e retirar elementos que vão desde power points até fichas de trabalho ou conteúdos [como áudios] que podem ser usados nas suas aulas”, explicou.
Ou seja, “perante esta situação da covid-19 e a expansão que o vírus [SARS-CoV-2] continua a ter, entendemos também que devíamos colaborar de alguma maneira com as iniciativas da sociedade e trabalhar naquela área que nos diz diretamente respeito, que é o ensino e aprendizagem sobretudo enquanto língua dirigida a estrangeiros ou a segunda língua, eventualmente língua de herança”, precisou o responsável.
Uma equipa constituída por docentes do Ipor será responsável pela alimentação de conteúdos e pela atualização da página, que estará ativa durante, pelo menos, os próximos dois meses.
Fundado em 1989 pela Fundação Oriente e pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, o Ipor exerce a sua atividade, além de Macau, em países como o Vietname, Tailândia e Austrália, e mais recentemente em Pequim (China), estando para breve a criação de um centro de línguas na cidade chinesa de Chengdu, somando-se ainda outra aposta num outro projeto em Nova Deli, Índia.
Se, no caso de Chengdu, a pandemia adiou a concretização do projeto, enquanto em Pequim a delegação arrancou e, neste momento, está a ser equacionado com as autoridades o regime em que será iniciado em breve um curso de formação: se exclusivamente online, misto ou completamente presencial, adiantou Joaquim Coelho Ramos.
Em Macau, procura-se regressar à normalidade em alguma da formação que estava planeada antes do surto que afeta o território desde Janeiro, mas para já as oficinas destinadas ao público infanto juvenil, que chegaram a ter listas de espera, vão continuar suspensas.
“Estamos a retomar paulatinamente as atividades presenciais ou em regime misto”, sublinhou, adiantando que, em diálogo com as autoridades de Macau, poderá ser possível fazer regressar meio milhar de aprendentes a partir de 1 de Abril. Algo que depende das orientações das entidades responsáveis por esta área e do ponto de situação relativamente ao surto no território.
“Há que equacionar o número de formandos por turma para não ultrapassarmos aquelas que são as orientações do executivo de Macau e para também contribuirmos para o combate a esta epidemia”, acrescentou.
Sou professora de PLE em Timor-Leste e estou interessada em receber informação sobre ensino de PLE e as novas tecnologias.