Na data escolhida em homenagem a Hans Christian Andersen, separamos vinte obras para encantar e acompanhar os pequenos para o resto da vida.
A leitura é como um bilhete de viagem mágico, nos transportando para os mais diferentes mundos sem que sequer seja preciso levantar da poltrona. Durante a infância, os livros não apenas funcionam como distração e instrumento de alfabetização, mas são também capazes de ensinar de maneira didática sobre dilemas da vida e do mundo.
Por isso neste Dia Internacional do Livro Infantil separamos vinte obras para encantar, ensinar e, quem sabe, acompanhar os pequenos para o resto da vida. A data é comemorada anualmente em 2 de abril e foi escolhida numa alusão a Hans Christian Andersen, dinamarquês autor de clássicos como A Pequena Sereia e O Patinho Feio. Ele nasceu nesse dia, em 1805.
Contos de fadas (Vários autores)
Abrimos a lista com uma coletânea das mais famosas histórias infantis. Nesse livro de bolso estão reunidas as versões originais dos contos de Andersen, Grimm, Perrault e outros autores, além de suas biografias e ilustrações raras. Sem dúvidas, uma obra que encantará desde os novos leitores até aqueles que cresceram lendo essas histórias.
O menino do dedo verde (Maurice Druon)
Neste clássico da literatura infantil conhecemos a história de Tistu, um menino diferente de todo mundo que, com uma vidinha inteiramente sua, deixava impressões digitais que suscitavam o reverdecimento e a alegria. As proezas de seu dedo verde eram um segredo entre ele e o velho jardineiro, Bigode, para quem seu polegar era invisível e seu talento, oculto, um dom do céu.
O Touro Ferdinando (Munro Leaf)
Fonte de inspiração para o filme de mesmo nome, este livro foi publicado em 1938 e, de lá pra cá, já foi traduzido para mais de 60 idiomas. Com uma narrativa singela, uma união perfeita entre as ilustrações e o texto de humor delicado, o livro conta a história de um touro que, apesar de seu tamanho e sua força, não tem interesse em lutar nas touradas. Tudo que ele quer é cheirar as flores e ficar quietinho no seu canto, mas às vezes o mundo à nossa volta não compreende aqueles que são diferentes da maioria.
A vida não me assusta (Maya Angelou)
Publicado originalmente há 25 anos, A vida não me assusta reúne os talentos da poeta e ativista Maya Angelou e do artista Jean-Michel Basquiat em um pequeno livro de arte para crianças valentes, que enfrentam fantasmas e meninos brigões da escola com a cabeça erguida.
Azizi (Lucimar Rosa Dias)

Poeminha em língua de brincar (Manoel de Barros)
Um menino curioso, conhecedor da língua das crianças e das aves. Uma dona nem um pouco bem-humorada chamada Lógica da Razão, que acha que Língua de Brincar e Língua de Faz-de-Conta não passam de bobagens de criança. Será que o garoto vai conseguir fazer a Lógica da Razão entender toda a importância da Língua de Brincar ― e da poesia? Em uma grande brincadeira com a linguagem e a língua portuguesa, esta edição com ilustrações inéditas traz alguns dos poemas inventivos que Manoel de Barros fez para o público infantil.
Nós: Uma antologia de literatura indígena (Vários autores)
As histórias reunidas nesta antologia são contadas ou recontadas por escritores das nações indígenas Mebengôkre Kayapó, Saterê-Mawé, Maraguá, Pirá-Tapuya Waíkhana, Balatiponé Umutina, Desana, Guarani Mbyá, Krenak e Kurâ Bakairi. Tratando dos mais diversos temas ― dos mitos de origem às histórias de amor impossível ―, as narrativas conduzem o leitor por situações e desenlaces muito próprios, sempre acompanhadas por um glossário e um texto informativo sobre o povo indígena de origem de cada autor. Esta é uma chance preciosa para todos aqueles que desejam entrar em contato com as raízes mais profundas de nossa cultura, ainda pouco valorizadas e respeitadas, por puro desconhecimento.
Malala e seu lápis mágico (Malala Yousafzai)
Quando era apenas uma menina vivendo no Paquistão, o maior desejo de Malala era ter um lápis mágico. Mas quando seu direito à educação foi colocado em perigo por homens que acreditavam que meninas não deveriam ir à escola, ela percebeu que a sociedade em que vivia precisava de mudanças imediatas. Só então ela foi capaz de enfrentar grandes obstáculos até encontrar dentro de si a força e as ferramentas necessárias para mudar o mundo. Em seu primeiro livro infantil, a garota paquistanesa ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, retorna à própria infância para apresentar sua história aos pequenos leitores e inspirar uma nova geração a quebrar o silêncio para transformar o mundo em um lugar melhor.
Ou Isto ou Aquilo (Cecília Meireles)
Um clássico da literatura infantil brasileira que desde seu lançamento conquista gerações de leitores. A autora convida as crianças a se aproximarem da poesia, brinca com as palavras, explora a sonoridade, o ritmo, as rimas e a musicalidade. Cecília Meireles resgata o universo infantil permeado por perguntas imprevisíveis, monólogos, comparações incomuns, fantasia e imaginação. Ela cria um universo encantador, a partir de recursos que o gênero e a língua lhe proporcionam.
Kiese, História de Um Africano no Brasil (Ricardo Dreguer)
O livro narra a trajetória de Kiese, um menino que foi capturado ainda na infância em sua aldeia, na África, e trazido para o Brasil para ser escravizado. É também a história de muitos africanos que foram tirados de seu território, separados de seus familiares e amigos e trazidos para o Brasil ao longo do tempo que durou o regime escravagista em nosso país. A história de Kiese é a história de um brasileiro que lutou para conquistar um lugar para ser feliz com sua família, seus amigos e sua gente.
Um outro país para Azzi (Sarah Garland)
O Meu Pé de Laranja Lima (José Mauro de Vasconcelos)

Amoras (Emicida)
Em seu primeiro livro infantil, criado a partir de um rap, Emicida conta uma história cheia de simplicidade e poesia, que mostra a importância de nos reconhecermos nos pequenos detalhes do mundo e nos orgulharmos de quem somos — desde a infância e para sempre.
Pode chorar, coração, mas fique inteiro (Glenn Ringtved)
Não tem jeito: a morte sempre aparece, não importa o quanto a gente tente evitar. Mas, se os dias de sol são especialmente divertidos porque sabemos que os dias de chuva virão, talvez a relação entre a vida e a morte também seja assim. É o que as quatro crianças deste livro vão descobrir quando a Morte aparece na casa da avó delas. E essa figura tão assustadora se mostra uma gentil admiradora da vida, mostrando às crianças ― e a todos os leitores ― a importância e a beleza de conseguirmos nos despedir de quem amamos na hora que ela chegar.
A Bolsa Amarela (Lygia Bojunga)
É o romance de uma menina que entra em conflito consigo mesma e com a família ao reprimir três grandes vontades que ela esconde numa bolsa amarela: a vontade de crescer, a de ser garoto e a de se tornar escritora. A partir dessa revelação, a menina sensível e imaginativa nos conta o seu dia-a-dia, juntando o mundo real da família ao mundo criado por sua imaginação fértil e povoado de amigos secretos e fantasias. Ao mesmo tempo que se sucedem episódios reais e fantásticos, uma aventura espiritual se processa, e a menina segue rumo à sua afirmação como pessoa.
Lá e Aqui (Carolina Moreyra)
Uma pequena obra-prima que transborda de emoção, destinada a leitores de todas as idades. Com rara delicadeza, a escritora Carolina Moreyra e o ilustrador Odilon Moraes se juntam para abordar um assunto difícil: a separação dos pais. Sem menosprezar o sofrimento inicial, Lá e Aqui mostra que, aos olhos de uma criança, o momento pode ser vivido de uma maneira positiva.
Pode pegar! (Janaina Tokitaka)
Um coelhinho de saia, batom e sapatinho de salto. Outro coelhinho de botas, calça e gravata. Assim fica fácil saber quem é menina e quem é menino! Mas e quando a menina quer usar botas pra atravessar o riacho? E quando o menino precisa do salto pra ficar mais alto? Batom serve pra desenhar? E agora, como faz pra saber quem é menina e quem é menino? Mas isso importa mesmo? Escrito para crianças em fase de alfabetização, o livro tem como protagonistas um coelhinho e uma coelhinha que não veem problema em trocar de roupa um com o outro, ainda que estas remetam a universos bastante distintos: o masculino e o feminino. Brincando com os estereótipos, a autora e ilustradora levanta a pergunta: o que faz de uma roupa ser “de menino” ou “de menina”?
Eu e meu medo (Francesca Sanna)
Quando uma garota tem de se mudar para outro país e começar em uma nova escola, seu medo diz a ela para ficar sozinha. Como é possível entrar em um grupo sem conseguir entender ninguém? Neste livro, a autora Francesca Sanna conta uma emocionante história sobre como fazer amizades e encontrar conforto quando compartilhamos nossos medos.
Vovó veio do Japão (Janaina Tokitaka, Mika Takahashi, Raquel Matsushita, Talita Nozomi)
Quatro vovós imigrantes e carinhosas ― além de cozinheiras de mão cheia! ― estão prontas para participar de todas as brincadeiras das netas e ensiná-las sobre a cultura japonesa de um jeito muito divertido e delicioso. Nessas pequenas aventuras repletas de carinho, quatro meninas se divertem com suas avós, que nasceram no Japão e sabem muito bem como agradar suas netas: com brincadeiras, histórias e deliciosos quitutes. Em cada uma das narrativas, dá para conhecer um pouquinho da cultura desse país que parece tão distante, além de aprender receitas japonesas com um toque brasileiro.
Bisa Bia, Bisa Bel (Ana Maria Machado)
O livro conta a história de uma menina que, no convívio imaginário com sua bisavó e sua bisneta, aprende a conviver consigo mesma. Três tempos e três vivências se cruzam e se completam numa só pessoa, a menina Isabel, que, em diálogo com sua avó, Bisa Bia, e depois com sua futura bisneta, vive uma mistura encantadora do real e do imaginário, levando o leitor a perceber as mudanças que já ocorreram e as que estão por vir no papel da mulher na sociedade.