
Os indígenas venezuelanos Warao abrigados no espaço do Tapanã estão recebendo aulas de Português como língua estrangeira. A ação é uma iniciativa da Prefeitura de Belém, por meio da Fundação Papa João XXIII (Funpapa) e em parceria com o Fundo das Nações Unidas (Unicef), a partir da ONG Aldeias Infantis SOS Brasil.
Jovens e adultos venezuelanos participam das aulas, que estão sendo ministradas de segunda a quinta-feira, nos horários da tarde e noite. A intenção é que os indígenas e seus familiares possam ter maior autonomia dentro da cidade com o contexto social totalmente diferente do que eles viviam.
“Essa oportunidade de aprender o português vai me ajudar nos relacionamentos, tanto aqui dentro do abrigo, quanto fora. Além de me ajudar a lutar pelo meu povo”, disse Roisdael Calderón de 37 anos.
Segundo Sandro Carvalho, idealizador do projeto e representante da ONG, as aulas de português como língua estrangeira são voltadas para as questões do cotidiano, trabalhando a oralidade e a prática. “O aprendiz de língua deve compreendê-la como fator social e se entender como ator na sociedade. Além de facilitar as relações pessoais e as questões de empregabilidade deles”, explicou.
Sandro destacou ainda que uma língua tem uma carga cultural muito grande e através do domínio da língua portuguesa os Warao poderão se reconhecer dentro da cultura brasileira, sem perder a cultura do país de origem.
De acordo com Isabely Castro, coordenadora do abrigo, o trabalho desenvolvido promove atividades de educação e proteção dentro do espaço do Tapanã. “Essa é mais uma ação para garantir os direitos para comunidade Warao, assegurando seu acesso à educação e fortalecendo o vínculo familiar e cultural”, contou.
Abrigo – Os indígenas são acompanhados diariamente por uma rede de profissionais multidisciplinar, composta por assistentes sociais, antropólogos, psicólogos, educadores e avaliação de saúde com a equipe de profissionais do Consultório na Rua. Garantindo o acompanhamento de saúde, educação e o acesso à garantia de direitos.