Para o autor, premiação alerta à necessidade da educação de base enquanto ação de justiça social e a luta contra os muitos preconceitos do Brasil.

Jornada de Sidney Rocha é homenageada pelo Prêmio Literário Guerra Junqueiro. Concedido pelo Freixo Festival Internacional de Literatura (FFIL), a iniciativa é fronte de defesa da língua portuguesa. A honraria em terras lusitanas ilumina o conjunto da obra e reverencia autores e autoras oriundas de países onde o português é a língua oficial. Ao lado do escritor cearense estão Raul Calane da Silva (Moçambique), Lopito Feijóo (Angola), Tony Tcheka (Guiné-Bissau), Jorge Carlos Fonseca (Cabo Verde), Olinda Beja (São Tomé e Príncipe) e Ana Luísa Amaral (Portugal).
O feito tão expressivo resgata uma caminhada com mais de quatro décadas de dedicação à literatura. Nascido em Juazeiro do Norte, Sidney tinha coisa de oito anos quando concebeu a primeira obra. A feitura de um cordel despertou o entendimento da literatura enquanto ofício. Anos depois, decidiu por viver em Recife. Àquela altura, a capital pernambucana era solo fértil nos campos político e cultural.
Contista, romancista, editor, roteirista. Trabalhos traduzidos para o inglês, alemão e espanhol. Entre os títulos lançados constam “Sofia” (1994, Prêmio Osman Lins) e duas trilogias. Uma de contos, constituída por “Matriuska” (2009), “O destino das metáforas” (2011, Prêmio Jabuti de Literatura) e “Guerra de ninguém” (2015).
No território do romance, consta a trilogia que já soma mais de 15 anos de esforços. São “Fernanflor” (2016), “A estética da indiferença” (2018) e a conclusão, ainda sem título definido, que está nas mãos do editor, Samuel Leon, da Iluminuras. Sidney editou mais de 300 títulos, incluindo a iniciativa que é considerada um dos maiores projetos do Ministério da Educação (MEC): a coleção Educadores.
O acervo foi distribuído para mais de 170 mil escolas públicas da educação básica. O legado dos principais educadores brasileiros chegou a cinco mil bibliotecas públicas municipais, além de universidades e movimentos de defesa da educação. Aqui, adentramos uma das grandes causas do cearense, a defesa da educação. Sidney mantém cursos de leitura e escrita criativas nas escolas estaduais como parte de sua militância cultural.
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