Centro de Línguas da UMinho (BabeliUM) acolheu ontem os alunos que vão integrar o 28.º Curso Anual de Português Língua Estrangeira. São mais de cem os inscritos, estudantes dos quatro cantos do mundo. Muitos vão fazer o curso a partir do seu país.

São mais de uma centena os alunos provenientes praticamente de todos os cantos do mundo que este ano estão inscritos naquele que será o 28.º Curso Anual de Português Língua Estrangeira do BabeliUM – Centro de Línguas da Universidade do Minho.
Por causa da situação pandémica, o curso funcionará pela primeira vez em regime misto. “Vamos trabalhar com os estudantes que cá estão na modalidade presencial e, ao mesmo tempo, com os estudantes inscritos que não podem vir para Portugal na modalidade remota”, explicou ao CM Micaela Ramon, coordenadora da área do Português Língua Estrangeira da UMinho, na sessão de abertura do curso que decorreu na manhã de ontem no campus de Gualtar.
O director do BabeliUM, também presente nesta sessão, justifica que a presença de alunos de vários países se prende com a importância de cada vez mais se saber falar português. “Tem-se revelado uma língua importante dentro do contexto mundial. É uma língua para os negócios, da cultura europeia e, por isso, muito importante no contexto, por exemplo, asiático. Na China há muito interesse pela língua portuguesa. Portugal foi um dos primeiros países a chegar ao Oriente e um dos últimos a sair como potência colonizadora e comercial”, referiu Jaime Costa, revelando que, à semelhança de anos anteriores, a maioria dos estudantes inscritos neste curso de Português Língua Estrangeira são de origem chinesa. Mas não só. “Temos estudantes de países de Língua Oficial Portuguesa, como Moçambique, mas também da Alemanha, da Indonésia, da Costa do Marfim, entre muitos outros. São países não só da Europa, mas também da CPLP”, adianta Micaela Ramon, acrescentando que este curso perspectiva o português como língua não materna, principalmente como língua estrangeira para aqueles que não têm outro estatuto que não seja a vontade de aprender, ou ainda como língua segunda, como é o caso de pessoas oriundas de África, de Timor ou de Macau”.
Dividido em dois semestres, o curso inclui níveis de proficiência distintos, desde o mais elementar até ao mais avançado.
“O currículo do curso cobre todas as valências de uma língua viva. Têm uma componente que aborda as competências estruturais, como seja a gramática e o léxico, mas também inclui a componente que desenvolve a prática de audição e conversação, de leitura e de escrita sempre numa perspectiva do binómio língua/cultura, ou seja, não dissociando aquilo que é o ensino da língua daquilo que é o ensino das culturas que se expressam em português. Falamos da cultura portuguesa e das restantes culturas que se expressam em português”, esclarece Micaela Ramon.
Fonte: Correio do Minho