Entenda as maneiras de usar um termo bastante presente no dia a dia da língua portuguesa na coluna desta semana de Diogo Arrais, professor de português e fundador do Arrais Cursos.

SENÃO: um termo bastante presente no dia a dia da língua portuguesa. Uso muito comum está neste exemplo:
Tenho de terminar o trabalho hoje, senão haverá cobrança.”
Houve aí uma relação entre “senão” e “caso contrário”, numa clara relação de alternância: ou termino o trabalho hoje, ou haverá cobrança.
Apesar disso, é interessante descobrir outros usos. Escreve-se “senão” quando significa “a não ser, exceto, mais do que”. Vejamos:
“Dos críticos não recebeu senão elogios.”
É igualmente possível (e muito elegante!) a relação com “mas, mas sim, mas também”:
“Tornou-se conhecido não só em sua terra, senão também em todo o país.”
“Praticava esportes não apenas para competir, senão também pelo bem-estar.”
Chama a atenção a construção com o “senão” substantivo (a palavra significa problema, falha):
“Em todos os jogos olímpicos, não houve um senão sobre pontualidade das premiações.”
Antes do fim, é necessário alertar sobre a diferença com os termos “se não”. Nesse caso, além de serem dois, a substituição por “caso não” é recomendada:
“Se não fizer tanto frio, prometo estar em sua casa às 7 da manhã.” (caso não faça frio, …)
Em suma: um tem a básica relação com “caso contrário”; o outro tem com “caso não”.
Fonte: Exame.