VIVER EM VOZ ALTA | SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA

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Um dos idiomas que mais circula pelo planeta, ao lado de outros poucos, como o inglês, o francês, o árabe e o espanhol, o português não perde o seu vigor. Pelo contrário. Tem sido capaz de ampliá-lo, principalmente nas últimas décadas, quando todos os levantamentos o apontam como um dos mais ativos em redes sociais […]

Um dos idiomas que mais circula pelo planeta, ao lado de outros poucos, como o inglês, o francês, o árabe e o espanhol, o português não perde o seu vigor. Pelo contrário. Tem sido capaz de ampliá-lo, principalmente nas últimas décadas, quando todos os levantamentos o apontam como um dos mais ativos em redes sociais como o Facebook e o Twitter, sem esquecer o Youtube, plataforma de compartilhamento de vídeos no qual ele é, igualmente, língua massivamente difundida, sobretudo entre as novas gerações de crianças e de jovens, que cresceram sob a magia da imagem em movimento, especialmente as veiculadas pela internet, sucessora da televisão no posto de mídia mais influente do mundo. O Whatsapp também precisa ser citado. Afinal, ele é, na contemporaneidade, um dos veículos mais populares no campo das interações humanas, seguido pelo Telegram, que cumpre as mesmas funções. Também neles o português comparece com inegável intensidade, ainda que sob formas novas, adaptadas ao meio e ao contexto.

Num tempo como o nosso, em que as tecnologias digitais exercem um poder cada vez maior, ordenando as comunicações humanas e interferindo até nos domínios da economia, da política e das disputas eleitorais, a presença da língua portuguesa nas mencionadas plataformas torna-se essencial para que atravesse, na plenitude de suas forças, as próximas décadas.

Não posso, no entanto, deixar de abordar um aspecto que julgo essencial para que a língua portuguesa prossiga, firme, em sua jornada sobre a Terra. Se sua atuação exuberante nas mais modernas plataformas de comunicação garante sua rápida e intensa circulação pelo globo, é na dimensão da educação que ela alargará o seu poder de influir, de modo consistente e profundo, sobre a cultura humana.

Não há como ignorar nem atenuar a importância do ensino formal da língua e a centralidade do papel da escola como o mais notável espaço para realizar tal tarefa, resguardada, é claro, toda a valiosa contribuição que a família puder fornecer nesse sentido, especialmente na infância. A aquisição do idioma se faz na espontaneidade das relações sociais, desde o primeiro dia de vida, mas a consciente apropriação do que ele oferece se dá de maneira sistematizada, que leva o indivíduo de falante a pleno falante e a uma condição que também inclui a habilidade da leitura e da expressão escrita, cruciais para a formação de um sujeito autônomo e livre e de um cidadão capaz de exercer integralmente os seus direitos e de atuar sobre a realidade, seja para a obtenção de seu sustento, seja para a concretização de seus sonhos.

Por isso, é sempre importante destacar o trabalho dos profissionais que se dedicam a ensinar a língua portuguesa, em todos os níveis, desde a educação infantil até a formação universitária, passando pelo ensino fundamental e pelo médio. Também sublinho, finalmente, o ofício dos pesquisadores da língua, aqueles que investigam os seus mistérios e os seus meandros, e cujas reflexões, divulgadas em publicações ou no curso de congressos e seminários, são essenciais para aumentar e refinar o conhecimento sobre ela, que não se esgota nunca.


Fonte: DIÁRIO DO COMÉRCIO




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